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A beleza dos jornais feios

“Prefiro a imprensa paquistanesa ao The Guardian”. Muito boa a provocação do designer Javier Errea, para quem jornais feios são muito mais instigantes que aqueles cheios de pirotecnias gráficas. Para pensar.

Jornalismo visual em discussão e prática em São Paulo

Pelo quarto ano, profissionais que zelam pelas boas práticas de jornalismo visual (designers, jornalistas, infografistas, fotógrafos e ilustradores, entre outros) se encontrarão no Lide (Linguagem, Informação e Design Editorial).

Nomes como Alberto Cairo, Javier Errea, Francesco Franchi e João Pequeno (com quem tive o prazer de trabalhar no experimental Clube News, em 1997, distribuído em grandes clubes sociais de São Paulo) participarão das discussões e de um inédito workshop na Faculdade Casper Libero, que abriga o evento nos dias 4 e 5 de novembro.

Estaremos lá, aliás.

Notícias do jornalismo cidadão

Vindas diretamente da Espanha, duas recentes menções ao jornalismo cidadão me chamaram a atenção.

A primeira é do designer Javier Errea, que está por trás do redesenho de jornais premiados e verdadeiramente novidadeiros neste museu de grandes novidades que é o jornalismo impresso.

“O bom jornalismo, sinto muito dizê-lo, nunca será feito por leitores ou usuários, mas por bons jornalistas. Não que a informação pertença aos jornalistas, eu não sou corporativista, acredite. Mas desconfio muito da moda. E vivemos uma moda de jornalismo participativo”, afirmou.

Do outro lado do balcão, o amador Eduardo Arcos rejeita o rótulo de “jornalista cidadão” e diz que ele não existe _Tiago Dória já falou sobre este texto, mas atraído pelo canto da sereia. Arcos cobra um reconhecimento do mainstream (leia-se: crédito) e tenta se posicionar no palco. Ele pede holofote, o que é péssimo (até porque, no geral, esse crédito sempre existiu).

Diz que os amadores são usados pela grande mídia e lembra que, na era da publicação pessoal, qualquer um pode publicar fotos, textos ou vídeos (ou o que seja) na internet, dispensando a presença de uma corporação.

Daí lembrei que tenho uma restrição ao consenso de que jornalismo participativo (ou colaborativo) e cidadão são sinônimos. Pra mim, não são. A participação me supõe uma mediação profissional. Daí participação. Participar do processo de contextualização de uma notícia. O jornalismo cidadão entendo como o ambiente em que pessoas colocam no ar, sem edição profissional, seus conteúdos noticiosos.

Preocupam-me, também, as duas visões. A do insider, caso de Errea, que vê moda numa coisa inexorável que a tecnologia deu a todo mundo. Ele, moderno no design de notícias, é um dinossauro quando o assunto é conversação.

E a do blogger espanhol ressentido, que se sente usado pela grande mídia (parar de reportar talvez seja a solução?).

Os dois estão bem errados.

Mas legal que tem mais gente falando sobre essa encruzilhada (texto caudoloso em espanhol, mas bacana).