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EUA endurecem regras para posts patrocinados

A Comissão Federal de Comércio dos EUA (FTC) tomou uma decisão importante no que diz respeito ao uso desenfreado do post pago na blogosfera, o popular jabá.

A partir de agora, qualquer pessoa que possua um blog precisa notificar claramente seu leitor se o texto que escreveu avaliando produtos e serviços foi motivado por dinheiro ou presentes de fabricantes e fornecedores.

A medida vale ainda para comentários em mídias sociais, talk-shows no rádio, tv e internet e anúncios em geral. Quem não aderir à transparência poderá ser multado, informa o The Wall Street Journal.

É claro que o FTC tenta ser mais realista do que o rei (como identificar o autor de um comentário, por exemplo?), mas o conceito da decisão é acertado.

Eu acho, inclusive, que ela deveria ser estendida ao jornalismo, que até hoje não informa com retidão ao seu público quando um jornalista publica uma matéria viajando a convite _ou aceita outro tipo de presente.

Dizer “o jornalista fulano de tal viajou a convite da ciclano company” não resolve o problema. A questão é que os textos publicados após viagens só foram parar numa página porque um jornalista ganhou uma viagem. Não houvesse farra, não haveria “pauta”.

Ainda creio num sistema que exponha claramente os objetivos por trás de uma reportagem publicada ou levada ao ar por veículos jornalísticos.

Ainda o post pago: defesa, ataque e cara de pau

Desembarquei tarde na polêmica do post pago (em resumo: blogueiros-jabazeiros que ganham dinheiro para te ludibriar e enfiar publicidade no meio de conteúdo “editorial”). Ou seja, como disse o Leopoldo Godoy, caras que tocam blogs se dizem parte de uma revolução, mas recorrem às mesmas velhacarias da mídia tradicional (que não são apenas o jabá, mas o engodo-conjunto-da-obra).

Para acelerar o processo, selecionei algumas discussões na blogosfera sobre essa tendência de colocar etiquetas de preço em “opiniões”, como adora aquela guria.

A defesa da patifaria começa com muita graça e humor. “Este é um post patrocinado, mas as opiniões expressadas não são. Se quiser ter seu produto comentado, avaliado e, no fim das contas, divulgado, entre em contato!”. Não é sensacional? Sim, ele é patrocinado, mas se diz independente. Indefinível.

Nada melhor do que um site chamado Lucrando na Rede para prosseguir com a defesa do post pago. “Claro, há os que são contra o post patrocinados, mas estes não podem ser levados a sério, eles não aceitam nem o adsense…” Bingo!!! Sou contra o adsense também. Para que fique claro, sou contra tudo aquilo que atenta contra a credibilidade e a ética (é o caso de anúncios randômicos e de gente de má-fé).

Equilibrado, o André Deak analisa esse fenômeno de jabá generalizado na blogosfera e recupera uma história bem bacana de um monte de toscos sendo pegos com a boca na botija num episódio envolvendo a Nike e Ronaldo. Rapidamente: uma agência que se dizia a serviço da multinacional “sugeriu” que blogueiros dessem uma força ao jogador via posts elogiosos sob promessa de uma “futura parceria”. Vários entraram de cabeça nessa…

Também radicalmente contra a “jabasfera”, Tiago Dória mostra até exemplos do que ele considera (eu não, acho a mesma patacoada) bom uso do post pago.

Finalmente, para encerrar o capítulo de agora, todo o humor de um blogueiro que aceita sim receber para blogar, mas desde que seja para testar desejos que expressou numa divertida lista (que ficou ainda mais engraçada num espirituoso comentário no mesmo post).

Os blogueiros-jabazeiros

O que é pior: blogueiro que aceita dinheiro para mascarar anúncios em formato de posts ou anunciante imbecil que nem sequer sabe onde está anunciando?

O Leopoldo Godoy, que está sempre de olho nos jabazeiros da blogosfera (ele pegou no pé, com toda propriedade, da menina que recebe para transformar propaganda em opinião) acaba de me mostrar um anúncio-post do Jacaré Banguela, site humorístico que não perdoa ninguém. Então, não vamos perdoá-lo.

Primeiro, antes ainda de falar do jabá: blog sem caixa de comentários não é blog. Cadê o diálogo com o leitor? Já me previno e digo que vão me mandar enfiar naquele lugar, com a costumeira finesse. Ok, vida que segue. Também tenho bom humor.

Voltando ao jabá: empresas estão dando dinheiro para que os blogueiros misturem sugestões comerciais em seu “conteúdo editorial”. Por sorte, nem o banguela nem a guria fazem jornalismo, então pelo menos não há falta de ética. Apenas de vergonha na cara.

Sobre a imbecilidade do anunciante: olhem o aviso que está no pé de todos os posts do banguela (“não se iluda. Todo o conteúdo deste site é fantasioso”). Até a promoção??