Arquivo da tag: investigação

Caixa de ferramentas

Uma lista de ferramentas que podem ser bastante úteis para organização, visualização e detecção de informações na rede.

Bom jornalismo custa caro

Dois anos e US$ 750 mil depois, uma equipe de jornalistas divulgou a mais extensa investigação sobre os perigos do Tylenol. Jornalismo que faz a diferença, desde os tempos do telégrafo (antes, na verdade), consome muito tempo e dinheiro.

O dia em que o jornalismo derrotou o futebol

lanata_clarin

A última estratégia da presidente argentina, Cristina Kirchner, em sua escalada persecutória ao bom jornalismo foi bem original – mas saiu pela culatra.

Na semana passada, e tudo leva a crer que a pedido do governo, um jogo do campeonato argentino entre Boca e Newell´s teve seu horário alterado para coincidir com a emissão de Periodismo para Todos, o programa que Jorge Lanata (foto) conduz na TV e que invariavelmente pisa no calo da viúva de Nestor praticando investigação e mostrando desmandos estatais, como o passeio de malas de dinheiro na Casa Rosada.

A julgar pelo Ibope, os argentinos têm preocupações muito mais nobres do que um joguinho de futebol: Lanata venceu a guerra de audiência com quase 25 pontos de rating, contra 16 da partida.

Prefeito fica rico, e jornalistas são ameaçados no interior de SP

Jornalistas que cobrem o escândalo administrativo em Limeira (próspera cidade do interior de São Paulo) estão recebendo ameaças via internet por e-mails remetidos de servidores que ficam no exterior.

Limeira é a terra do prefeito Silvio Félix (PDT) , afastado do cargo sob a acusação de enriquecimento ilícito.

Já há uma investigação em curso, mas é bom ficarmos bem atentos a essa situação, insuportável sob quaisquer pontos de vista.

Armadilhas da colaboração na rede

Investigação jornalística. É essa receita de Julien Pain para evitar que falsas notícias acabem indo parar nas páginas do Observers, site colaborativo francês.

Chato, mas sempre tem alguém usando o jornalismo participativo para tentar trapacear, seja enviando uma foto não original ou, ainda pior, um relato fraudulento.

No caso de quem trabalha no dia a dia com mídia social, monitorar o que as pessoas estão dizendo na rede pode significar minutos preciosos na antecipação de um acontecimento _desde, claro, que ele seja verídico.

Identificar o autor da informação, contextualizá-la e organizá-la são algumas dicas da Slate francesa para evitar barrigas vindas das redes sociais.

Outro aspecto bacana é o técnico: descobrir informações sobre imagens postadas (e isso não é muito difícil mesmo sem ferramentas pagas) pode, por exemplo, revelar uma data que inviabilizaria a associação com uma determinada notícia.

A investigação no jornalismo digital

Um livro interessante (e gratuito) apresentado no final de semana em Huesca (Espanha).

Desfrute.

Os jornalões estão em guerra

Vazamento de informações sigilosas não estão apenas na ordem do dia da política brasileira, mas também do jornalismo internacional.

No momento, New York Times e Wall Street Journal, dois dos mais importantes jornais do mundo, estão em pé de guerra por causa de métodos nada éticos para obter informação _caso de alguns veículos de propriedade de Rupert Murdoch, dono do WSJ.

Permito-me reproduzir texto de Kenneth Maxwell publicado ontem pela Folha de S.Paulo. É o resumo da ópera.

“No mundo da mídia impressa, há uma batalha monumental em curso entre o “New York Times”, de Arthur Sulzberger, e o “Wall Street Journal”, de Rupert Murdoch.

Para Murdoch, o “New York Times” representa tudo o que ele mais odeia no jornalismo, e o empresário parece determinado a desafiar e a solapar o seu grande rival. Murdoch é notório pelas suas guerras jornalísticas, especialmente no Reino Unido, onde controla o “Times” e o “News of the World”. Mas a disputa entre o “Wall Street Journal” e o “New York Times” promete ser a maior das batalhas.

O mais recente episódio começou com uma reportagem investigativa de Don Van Natta Jr., Jo Becker e Graham Bowley, publicada pelo “New York Times” com o título “O ataque do tabloide: as escutas de um jornal londrino contra os ricos e famosos”.

A Scotland Yard identificou a origem de escutas usadas contra família real e chegou a Clive Goodman, antigo repórter judicial, e Glenn Mulcaire, antigo investigador particular, que também trabalhava para o jornal “News of the World”.

Os dois haviam obtido as senhas necessárias para ouvir as mensagens de voz dos príncipes Andrew e Harry. O “New York Times” alegou que repórteres do “News of the World” também invadiram as caixas de mensagens de voz de centenas de celebridades, funcionários do governo e astros dos esportes britânicos.

Tanto Goodman como Mulcaire foram demitidos e aprisionados. O “New York Times” acusou, no entanto, que a Scotland Yard não levou adiante as investigações sobre pistas que sugeriam que o “News of the World” estava conduzindo operações de escuta contra cidadãos de maneira rotineira.

O foco estreito da investigação permitiu que o “News of the World” e sua companhia controladora, a News International, de Murdoch, atribuíssem o caso às ações de um jornalista. Tanto Goodman como Mulcaire abriram processos contra o “News of the World” -os dois casos foram encerrados por meio de acordos extrajudiciais. O editor do “News of the World” no período em questão, Andy Coulson, também se demitiu. Hoje é diretor de comunicações na equipe do primeiro-ministro David Cameron.

A revista “Vanity Fair” afirmou nesta semana que assistir à disputa era como “ver uma briga entre os Corleone e a família Tenembaum”. Na segunda-feira, John Yates, comissário assistente da polícia londrina, disse que, “se surgirem novas provas, que justifiquem novas investigações, é isso o que faremos”.

Ponto pra gente: ‘os jornalistas tinham de ser atirados no meio do rio’, diz funcionário público flagrado em delito

“Nós somos a mosca na sopa” já dizíamos tantos jornalistas muito antes da campanha publicitária da Folha. Por motivos óbvios, eu parei.

Mas como é bom ver a reação dos que tiveram a sopa estragada por nossa vigilância. Hugo Jenefes, conselheiro do tribunal de contas da província argentina do Chaco, perdeu a compostura diante de matéria dando conta que permitiu, ao arrepio da lei, o funcionamento de uma creche estatal.

“Tem que fazer como dizia o general Juan Domingo Perón: ou todos os jornalistas são funcionários do estado, ou que sejam postos numa canoa e atirados no meio do rio”, disse Jenefes. Que depois contemporizou. “Venho de uma família de jornalistas e tenho vários amigos jornalistas. Jamais diria que é necessário matá-los”.

Mais uma sopa quentinha e gostosa jogada no lixo. Ponto pra gente.