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O verdadeiro papel do editor de mídias sociais

Apesar de os jornais brasileiros nem saberem do que se trata, já virou consenso planetário, entre quem estuda e analisa a influência das novas tecnologias, a necessidade de um editor de mídia social nas redações.

É o responsável pelo gerenciamento de comunidades do veículo na web (notadamente em sites de relacionamento como Facebook e Twitter, ou redes construídas em páginas como Flickr e Youtube), desenvolvendo técnicas de perseguir a audiência (como bem defende o amigo Sérgio Lüdtke), atender às necessidades do público e, claro, potencializar o interesse por seu conteúdo.

Greg Linch falou um pouco mais sobre o papel do editor de mídia social, esse desconhecido para uma grande maioria retrógrada de jornalistões. Inclusive contando, para isso, com opiniões bem pertinentes de Jennifer Preston, que exerce o cargo no New York Times.

A ideia de o editor ser um moderador, um facilitador, um incentivador e um educador também está perfeitamente em sintonia com o que o trabalho jornalístico hoje, em plena era da conversação, exige dos profissionais que estão na linha de frente do diálogo e compartilhamento de informações com o público.

De graça, Chris Anderson fala sobre o preço zero

O mais recente livro de Chris Anderson, avisa Sérgio Lüdtke na rede Interatores, já está disponível para download gratuito.

Fala exatamente sobre o zero, o preço que, segundo o autor, ajudou a internet a revolucionar o mundo.

A obra chega envolvida em polêmica porque Anderson, editor-chefe da revista Wired (quem melhor cobre tecnologia no planeta), copiou trechos inteiros da Wikipedia, sem citação, em partes do livro.

Desculpou-se depois, dizendo que houve “um erro de edição”. Seus editores prometeram a correção para a segunda edição.

Anderson ganhou notoriedade após “The Long Tail” ou “A Cauda Longa”, livro de 2004 no qual discorre com bastante propriedade sobre o rumo dos negócios em tempos de internet, especialmente pelo ponto de vista de oportunidades que a web proporcionou. O resumo é o fim dos hits, mas a venda de milhares de produtos distintos. Daí a cauda.

Depois disso o jornalista e palestrólogo virou alvo. Dizem que cria conceitos apenas para se beneficiar deles depois _no caso de “Free: The Future of a Radical Price”, a matéria que apresentou a ideia foi publicada numa edição da Wired distribuída, ao menos em parte, gratuitamente, em fevereiro deste ano.

No geral, os livros de Anderson valem pela ideia central. Tanto a cauda longa quanto o preço zerado, ao que me consta, são realidades. Apenas que as obras não se sustentam como leitura. Nem de profundidade nem acadêmica nem nada.

Checar os resumos publicados pela própria Wired costuma ser mais produtivo _e ter o mesmo efeito.

A verdadeira muralha da China

Direto de Pequim, a jornalista Janaína Silveira desafiou a blitzkrieg do governo chinês à internet. “Hoje, não temos aqui Youtube, Blogger, WordPress, Google Reader, Twitter, Flickr, Ning, o recém-saído do forno Bing, sei lá o que mais”, conta.

O massacre da Praça da Paz Celestial fará dois anos amanhã, e o regime quer se prevenir banindo os sites que melhor espalham as novidades _aliás, a BBC fez um ótimo media criticism sobre a cobertura dos eventos que moldaram muito a visão posterior do mundo sobre a China.

Leia mais notícias sobre a internet e os 20 anos do massacre de Tiananmen

Opine: um jornal precisa de manchete todos os dias?

É um aspecto tão nefasto quanto as ameaças da Arábia Saudita à liberdade do trabalho de repórteres, que abordei ontem.

As cinco obrigações do jornalismo com seu público

Texto de Sérgio Lüdtke na comunidade Interatores (feita sob medida para quem gosta de discutir novas tecnologias e jornalismo) disseca o papel do veículo jornalístico frente a sua audiência. Vale por uma aula.

É necessário reproduzir as cinco premissas básicas de Lüdtke. Ademais, elas são a própria linha do tempo do jornalismo.

Atender: Essa era a ação básica para satisfazer o público até o surgimento dos meios online. Você publicava um determinado conteúdo – que era interposto em uma página de jornal ou na grade de programação de uma rádio ou de uma TV – e era naturalmente percebido pela audiência daquele veículo. Você apenas zelava pela veracidade da informação e procurava apresentá-la da melhor forma possível.

Estimular: Com o surgimento dos meios digitais e a possibilidade de interação pelo próprio meio, a interatividade passou a ser um diferencial importante na comunicação. E para promover essa relação, os produtores de conteúdo passaram também a estimular a participação da audiência.

Ouvir: Depois de fomentar a participação da audiência, os produtores de conteúdo incluíram no seu job script a tarefa de ouvir o que essa audiência está dizendo. E quem presta atenção no que o público sinaliza, o conhece melhor, se pauta melhor e pode publicar conteúdos mais adequados a essa sua audiência.

Valorizar: Para garantir a continuidade desse processo de estímulo e atenção ao que o público manifesta, é necessário que as opiniões ou os conteúdos gerados pela audiência sejam valorizados. E a valorização aqui se dá com destaque, com crédito ou com veiculação desses conteúdos.

Perseguir: Agora precisamos também perseguir a nossa audiência e levar até ela o nosso conteúdo. Portanto, meu caro, deixe de lado seu constrangimento e vá aonde o povo está. Desenvolva uma mania de perseguição, entenda a necessidade de ter um bom conhecimento do seu público e identifique seus comportamentos e as tendências que ele segue.

É hoje: STF julga obrigatoriedade do diploma e Lei de Imprensa

Hoje, a partir das 14h, o (STF) Supremo Tribunal Federal julga duas matérias que têm tudo a ver conosco: a inconstitucionalidade de vários dispositivos da Lei de Imprensa e a obrigatoriedade de um diploma em jornalismo para exercer a profissão.

Reitero o que sempre disse: numa era em que qualquer cidadão desempenha a função, parece anacrônico ainda debater o tema. Afinal, apurar/analisar/difundir notícias é direito fundamental da pessoa.

As mídias do judiciário (TV e rádio) transmitirão a sessão. No microblog, a agência Radioweb anuncia a twitagem em tempo real. Mas vamos ver que bicho dá.

Enquanto isso, fique com Sérgio Lüdtke, um dos pioneiros da web no Brasil, que fala sobre ambas as coisas em texto muito lúcido na comunidade Interatores, que reúne o povo de mídias digitais.