À esquerda, Sendai, 13 de março de 2011. À direita, Hiroshima, 6 de agosto de 1945.
Qualquer semelhança é puramente catastrófica.
À esquerda, Sendai, 13 de março de 2011. À direita, Hiroshima, 6 de agosto de 1945.
Qualquer semelhança é puramente catastrófica.
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Com a tag bomba atômica, catástrofe, fotojornalismo, Hiroshima, Japão, nuclear, Sendai, terremoto, tsunami
A foto acima é de uma tragédia. Mas da tragédia errada.
Explico: no sábado, o jornalão francês Le Monde (aquele afogado em dívidas que recentemente enfrentou uma raríssima greve de jornalistas) publicou reportagem com o sugestivo título de “Hiroshima: o que o mundo nunca disse”, ilustrada com a chocante imagem de corpos inertes, que o prestigioso Hoover Institution, da Universidade de Stanford, possuía em seu acervo.
Pois bem: a foto não retrata o horror pós-bombardeio de Hiroshima, em 1945, mas a devastação de Tóquio no grande terremoto que atingiu o Japão em 1923. O jornal jogou a responsabilidade pelo erro de crédito para o instituto, e lembrou que um livro do historiador Sean Malloy também mostra a imagem como sendo da hecatombe atômica (Malloy, antes tarde do que nunca, agora busca informações sobre o fotógrafo que registrou a cena).
Para nós, fica a lição: confiar na reputação de institutos e historiadores, como se pergunta o Editor’s Weblog, não é suficiente. O Museu da Paz, em Hiroshima _que é a referência óbvia sobre o assunto_ foi o primeiro a notar o engano. Nem jornal nem historiador nem instituto procuraram o órgão antes de dar a barriga.
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Com a tag crédito de foto, Editor's Weblog, Hiroshima, Le Monde, Sean Malloy, terremoto de tóquio 1923