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A era do aluno-cliente

A era do aluno-cliente, que sempre tem razão, tem me afastado gradativamente da universidade.

Despreparados acadêmica e profissionalmente, os expoentes dessa geração não buscam crescimento intelectual, apenas insumos para responder ao chefe da vez e aparentar diligência.

Tolos: esse tipo de conhecimento raso está disponível em um dos trilhões de tutoriais do YouTube – e praticamente de graça.

O problema é que no YouTube não é possível lavar diplomas e deletar a vida escolar pregressa.

O objetivo parece sempre ser baixar a altura do sarrafo. O aluno-cliente nunca é original…

A era do aluno-cliente, que sempre tem razão, tem me afastado gradativamente da universidade.

Ensino de jornalismo analisado sob lupa

O ensino do jornalismo é o eixo temático da mais recente edição da revista Conexão-Comunicação e Cultura,do Centro de Ciências da Comunicação da Universidade de Caxias do Sul.

Num momento em que falamos tanto sobre o diploma de jornalismo e a validade de sua “exclusividade” para a prática da profissão, nada melhor do que debater técnicas e pedagogia de seu ensino.

Zzzz… a discussão da PEC do Diploma

Uma chateação certa para 2011: a discussão da “PEC do Diploma”.

Reproduzo release da Fenaj, repartição que diz ser uma federação de jornalistas, e sua batalha insana pelo reconhecimento do pedaço de papel. Nenhuma palavra sobre o que se ensina para obtê-lo. Indecente.
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A luta continua!     15/12/2010 | 23:01
Votação da PEC do diploma fica para 2011

Ainda não foi desta vez. A Proposta de Emenda Constitucional 33/09 – a PEC do Diploma – não foi a voto no plenário do Senado na terça e quarta-feira. Os apoiadores da campanha em defesa do diploma preparam-se para uma nova agenda de lutas e contatos com os parlamentares com o objetivo de buscar a aprovação da PEC no início de 2011.

“Os esforços da comitiva da FENAJ e dos Sindicatos nestes dois dias foram intensos, com contatos e articulações com o autor e o relator da PEC, diversos outros senadores e inclusive com o presidente da Casa”, conta o presidente da FENAJ, Celso Schröder. Fizeram parte da comitiva dos jornalistas, além de Schröder, os membros da Executiva da FENAJ Deborah Lima, Antônio Paulo da Silva e José Carlos Torves e os representantes dos Sindicatos dos Jornalistas de Alagoas, Município do Rio de Janeiro e da Paraíba, respectivamente Valdice Gomes da Silva, Sonia Regina Gomes e Rafael Freire, que também são diretores da Federação, além de Lidyane Ponciano, do Sindicato de Minas Gerais.

Embora houvesse quorum nominal no Senado nos dois dias, não se verificou a presença de 65 parlamentares em plenário necessária para apreciação de PECs. “Mas o quadro de apoios que já conquistamos nos dá a esperança de que a PEC do Diploma será aprovada”, comenta o presidente da FENAJ.

Aprovada na CCJ do Senado no dia 3 de dezembro de 2009, a PEC 33/09 prossegue na pauta. “Nossa orientação agora é de intensificar os contatos principalmente com os senadores que foram eleitos este ano e construir uma agenda de debates e eventos como atividades de final de ano e de pré-carnaval para que nossa luta prossiga em evidência na sociedade” informa Celso Schröder, complementando que o objetivo é retomar as articulações em torno da matéria já no início dos trabalhos do Senado, em fevereiro de 2011.

O obituário on-line do Jornal do Brasil

Alunos da disciplina Técnicas de Reportagem, Entrevista e Pesquisa II de Jornalismo da Uerj, sob a coordenação do professor Marcelo Kischinhevsky, produziram uma espécie de obituário do Jornal do Brasil que, como todos sabemos, deixou neste ano de circular em papel e sobrevive apenas na versão on-line (onde, aliás, foi pioneira entre os veículos de comunicação nacional).

Trabalho interessante que merece ser visitado.

Livro analisa mudanças que a tecnologia impôs ao jornalismo

Numa era em que o avanço tecnológico deu uma imprensa particular para cada um, é impossível falar de jornalismo on-line sem abordar a participação do público.

O fim da fronteira entre mídia formal e a ex-plateia, como muito bem teorizou Jay Rosen (professor da Universidade de Nova York), é apenas um dos aspectos que a jornalista Magaly Prado aborda no livro “Webjornalismo”, lançado nesta semana pela Editora LTC.

Apesar de muitos jornalistas não terem percebido que seu trabalho mudou com a vida em rede, é óbvio que instâncias pessoais de manifestação (como os blogs) e a capacidade de vigilância e mobilização que a internet proporcionou às pessoas tornaram o fazer jornalístico um exercício de conversação.

Vivemos a época dos “‘produsers” _o termo é uma junção de produtor e usuário e foi cunhado em 2005 por Axel Bruns, autor de uma obra importantíssima para se compreender a transformação da profissão, “Gatewatching”, jamais traduzida para o português.

Com proposta didática e voltada para a sala de aula, Magaly discorre sobre essa nova e auspiciosa fase do jornalismo profissional, agora tocado a muitas mãos.

Mas é claro que a internet, onde a colaboração entre profissionais e amadores é muito mais evidente, também abriga práticas de jornalismo, digamos, tradicionais.

Com linguagem fácil e fragmentada (às vezes, fragmentada até demais), Magaly aponta boas práticas, mostra caminhos adotados no país e no exterior e, por meio de depoimentos de importantes profissionais da web brasileira (algumas vezes sem edição e publicados na íntegra), refaz a trajetória da plataforma desde 1995, quando desembarcou comercialmente por aqui.

Com cerca de 150 imagens, quase todas impressões de tela, o livro de Magaly também discorre sobre a chegada do iPad e sua influência na produção de conteúdo.

Ainda faltam, em português, obras que consigam abarcar toda a complexidade que a rede trouxe para o jornalismo. Mais difícil ainda é resumir, em papel, as vastas possibilidades do meio on-line nesta profissão tão antiga. O livro de Magaly é, nesse aspecto, uma boa tentativa.

WEBJORNALISMO
AUTORA Magaly Prado
EDITORA LTC
QUANTO R$ 40 (272 págs.)

(resenha que publiquei na edição de sábado da Folha de S.Paulo)