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Uso jornalístico do Twitter na Espanha

O uso jornalístico das contas de Twitter dos jornais espanhóis El Pais e El Mundo é o objeto de análise de Juliana Colussi Ribeiro e Fátima Martínez Gutiérrez em artigo publicado na boa revista Fronteiras,

Jornalistas ou filhinhos de papai?

Grande texto do espanhol El Mundo, que já tem mais de mês, sobre o momento em que jornalistas foram expulsos do aeroporto de Porto Príncipe pós-terremoto. E revelaram seus medos sem a tutela norte-americana no cenário de putrefação e catástrofe.

¿Puede un periodista ponerse a llorar cagado de miedo nada más poner un pie en Puerto Príncipe al verse rodeado de negros? Sí.

O correspondente Jacobo G. García fala mais: diz que “muitos jornalistas preferem viver debaixo da asa de uma organização qualquer do que enfrentar sozinhos uma cidade destroçada e desconhecida”.

E termina com um grande texto de Arturo Pérez Reverte, ele próprio correspondente de conflito/catástrofe, contando sobre a vez em que foi dado como desaparecido por sua redação na fronteira entre Sudão e Etiópia.

“En realidad fueron mi redactor jefe, Paco Cercadillo, y mis compañeros del diario ‘Pueblo’ los que me dieron como tal; pues yo sabía perfectamente dónde estaba: con la guerrilla eritrea.”

Esse entendimento do jornalismo como uma tarefa a destemidos vem de longa data.

Infografista faz serviço completo e reconstitui, em texto e gráficos, naufrágio no Egito

Numa das muitas conversas e aulas que tive com Alberto Cairo por ocasião do Master em Jornalismo Digital Multimídia, ficou patente o distanciamento (cultural e de interesses, portanto) entre jornalistas “de texto” e os infografistas, aqueles que trabalham no departamento de “arte” _definição que causa calafrios em Cairo.

No geral, observamos nas redações um distanciamento quase completo entre as duas áreas. É cada um na sua, e pior, sempre praguejando contra o outro. É um dos motivos para que o jornalismo visual (uma necessidade impressa e um imperativo on-line) caminhe a passos tão lentos numa época em que tudo anda muito rápido, menos essa relação.

Assim como comentei um dia que se jornalista e nerd são a mesma pessoa as coisas têm mais chance de começar (e terminar) bem, se o infografista tem espírito de repórter há uma oportunidade desse abismo entre departamentos ser minimizado _claro, também investimos contra os colegas de TI, e eles contra a gente.

Bem, o infografista Emilio Amade, do espanhol El Mundo (aliás, jornal onde Alberto Cairo brilhou no comando da “arte”), arregaçou as mangas (permita um clichê, vai) e foi atrás de testemunhas de um naufrágio para recontar, em imagens e texto, a história do Coral Princess, que foi a pique em águas egípcias levando consigo dois mergulhadores espanhóis que viajavam num grupo de 14, mês passado.

Uma demonstração de que, na medida do possível e respeitando os perfis, existe a figura do jornalista multitarefa. Aquele praticamente capaz de fazer tudo.

É verdade que o jornalismo é um trabalho em grupo, e é belíssimo quando esse conjunto consegue ser amarrado com perfeição. Mas que a gente precisa de mais iniciativas como a de Amade, não resta dúvida.

Juntar as redações vale a pena?

Um trabalho de fôlego bastante elucidativo. É assim o “Documental Multimedia Redacciones Online“, que passeia por seis veículos de Argentina e Espanha (ABC, Clarín, Critica, Cronista, El Pais, El Mundo e Perfil) para relatar suas experiências de integração papel e on-line e convergência entre plataformas.

Nem é preciso dizer que, pela importância dos veículos visitados (Clarín e El Pais, por exemplo, são provavelmente os dois cases mais bem-sucedidos de fusão de conteúdos), o site é um achado.

Traz, em vídeos, entrevistas de jornalistas, histórico das experiências, fotos para exibir a logistica das redações…

Enfim, ajuda a elucidar um pouco essa dúvida que atormenta os jornais mundiais: afinal de contas, vale a pena juntar suas redações?

Via e-cuaderno.