Imperdoável não falar do Grande Prêmio da 55ª edição do Esso, lauréu que os jornalistas mais dão valor, merecidamente conquistado pelos colegas Katia Brembatti, Karlos Kohlbach, James Alberti e Gabriel Tabatcheik, da Gazeta do Povo, de Curitiba.
Por dois anos, e fora da pauta (ou seja, cuidando apenas disso), eles vasculharam o diário oficial da Assembleia do Paraná (um calhamaço de 724 volumes publicados entre 1998 e 2009), até então mantidos em sigilo _ainda há, registre-se, atos secretos que nem a reportagem conseguiu desvendar.
O trabalho, batizado de Diários Secretos, não só revelou um esquema de contratação de funcionários-fantasma e desvio de dinheiro estimado em R$ 100 milhões como foi o estopim de um movimento da sociedade civil, O Paraná que Queremos, que mobilizou milhares de pessoas em junho deste ano em 13 manifestações públicas nas principais cidades do Estado.
Não é só isso: além de o conteúdo dos diários estar disponível para consulta pública, o leitor pôde (ainda pode, na realidade) ajudar os repórteres dando pistas sobre o que sabiam.
Ótima convergência entre jornalismo em papel e a plataforma on-line, com pitada de crowdsourcing. Tudo bem moderno, e ao mesmo tempo, absolutamente antigo: jornalismo, hoje, se faz assim.