Arquivo da tag: Daily Telegraph

Memórias do furo do século, 70 anos depois

O Telegraph resgatou neste final de semana a trajetória de uma ex-repórter do periódico que entrou para a história ao dar o furo do século.

Clare Hollingworth, hoje aos 96 anos, tinha 26 quando estava na fronteira da Polônia com a Alemanha e testemunhou a invasão do país pelo exército de Hitler _o episódio foi o pretexto para a eclosão da Segunda Guerra Mundial.

“Mil tanques estão na fronteira polonesa. Há relatos de que existem dez divisões do exército alemão prontas para iniciar o ataque. A máquina militar alemã está a postos para entrar em ação”, diz a reportagem de Clare publicada no Telegraph de 29 de agosto de 1939.

E ela estava lá quase por acaso. Tinha sido contratada pelo jornal na véspera e viajou para a Polônia para preparar uma série de reportagens sobre refugiados do país. Acabou vendo o desenrolar da história diante de seus olhos.

Detalhes inesperados e saborosos que dão aspecto agradável a uma profissão tão dura quanto ingrata.

Daí eu me lembro de Paco Sánchez e sua observação, despojada e ao mesmo tempo pretensiosa, sobre os jornalistas: “Somos os Homeros de nosso tempo”.

Oito casos de convergência analisados bem de perto

Já saiu do forno o livro “Jornalismo Integrado: Convergência de Meios e Reorganização de Redações“, editado pela Universidade de Navarra.

A obra estuda em profundidade oito casos de jornais que optaram por integrar suas redações em papel e on-line. São eles: Daily Telegraph, Tampa News Center, Schibsted, O Estado de S.Paulo, The New York Times, Guardian, Clarín e Financial Times.

O estudo de cases é muito relevante neste momento, em que diversos outros veículos estão optando pela fusão de conteúdos para, enfim, atingir a tão sonhada convergência (quando todo o trabalho jornalístico é pensado em várias dimensões e plataformas).

Como aperitivo, o capítulo sobre o Daily Telegraph, considerado modelo mundial no tema.

ATUALIZAÇÃO: Minha amiga Ana Estela, aí embaixo, nos comentários, faz uma observação bem importante: “Era bom ressalvar que o livro é francamente integracionista e que tem gente ali no meio que vende consultoria para quem quer fazer Redações integradas… Ou não?”

Sim, completamente. Salaverría, por exemplo, viaja o mundo vendendo um modelo que não foi ele quem criou. Tem sido assim com alguns outros personagens de Navarra: ocuparam bastante espaço, mas com um discurso difuso e que, muitas vezes, assemelha-se a autoajuda.