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Curso de jornalismo à distância em 28 semanas

No meu tempo, curso à distância era sinônimo de picaretagem. Tinha, óbvio, picaretas, mas podia ter também gente séria que, simplesmente pelo fato de oferecer conhecimento sem presença física, era jogada no mesmo balaio.

Hoje, ainda que haja resistência daqueles que veneram o passado e gostam de sofrer, é cada vez menor a necessidade do presenteísmo. Todos podemos desempenhar quaisquer funções intelectuais _característica principal do jornalismo_ do sofá da sala, via celular, por exemplo.

O EAD (ensino à distância) não só foi adotado pelas universidades como é hoje uma exigência curricular do MEC. Saber trocar informações remotamente por meio do uso de dispositivos tecnológicos não é mais uma opção _é obrigação profissional.

Em 1968, claro, não era assim. Mas o bom e velho Correio levava pra lá e pra cá apostilas com um sem-fim de conhecimento (legítimo, plagiado ou equivocado, enfim). Eram os cursos por correspondência, entre os quais se destacava a marca do Instituto Universal Brasileiro, que investia fortemente em publicidade em revistas e jornais.

Aliás, fui pesquisar e descobri que o IUB não só ainda existe (“desde 1941”, como ressalta no site) como se adaptou aos novos tempos e, evidente, oferece cursos também pela web.

A Cristina Moreno de Castro, nossa popular Kika Castro (aliás citada ontem aqui mesmo neste espaço) ganhou um presentão no final do ano: um leitor de seu blog em parceria com a editora de Treinamento da Folha, Ana Estela, remeteu as 28 lições de um curso de jornalismo à distância que contratou em 1968. E as apostilas são forradas de pérolas, boas e ruins.

Coisas como “O lead deve ser uma promessa de grandes coisas e a promessa deve ser cumprida”, ou “A notícia deve ter o tamanho de uma saia de mulher, curta bastante para atrair a atenção e bastante longa para cobrir o assunto” ou ainda “Uma tendência quase geral dos repórteres esportivos é a de dramatizar certas passagens ao descreverem uma partida. (…) Não deve o jornalista deixar-se envolver pelas paixões da multidão”.

O resto tá lá, no Novo em Folha. Aliás, uma dúvida: teria sido este curso oferecido pelo Instituto Universal Brasileiro?

O que é preciso para ser jornalista, a saga

Com Ana Estela (editora de Treinamento da Folha de S.Paulo), termina provisoriamente a série “O que é preciso para ser jornalista”, da qual orgulhosamente fui um dos pioneiros.

A série consiste de pílulas de jornalistas da Folha opinando, via de regra em menos de um minuto, sobre características que um jornalista precisa ter. O conjunto da obra é bem importante. Várias dicas legais.

O chato é que amanhã vou falar de novo do blog Novo em Folha, blog de verdade, criado pela Ana e tocado (principalmente) pela Cristina Moreno de Castro, aliás @kikacastro. Aí, fica parecendo marmelada…

A Cris ganhou uma pérola de presente. Mas amanhã eu ‘repercuto’.

A poesia a serviço do jornalismo (!?)

Juan Ruiz Cruz, um dos fundadores do inquieto jornal espanhol El Pais, esteve na Folha de S.Paulo nesta semana conversando com a redação.

Quem conta é a Cristina Moreno de Castro, toda prolífica no Novo em Folha, um blog de verdade sobre ensino do jornalismo e mídia.

Não fui e explico o motivo: era das 19h às 20h, justamente o meu pico de fechamento…

Curioso que Cruz citou a poesia como um caminho para escrever melhor. A capacidade de sintetização do gênero é exemplar, em sua opinião. Eu, que nunca tinha pensado nisso, acho um disparate. Mas, quem sabe. Vale avaliar.