De verdade, há umas coisas no noticiário que deixam a gente constrangido, triste, estranho.
E quem está a falar é alguém que sempre diz que jornalista tem uma pedra no lugar do coração e que não deve reagir emocionalmente ao apurar, decupar e analisar acontecimentos.
Mas eu desmenti toda minha teoria repetida há milênios ao ver a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, com a mão estendida em vão enquanto seu similar norte-americano, Barack Obama, passava solerte para cumprimentar Stephen Harper, primeiro-ministro do Canadá, durante a cúpula do G20. Justo Cristina, que chegou antes para guardar o melhor lugar.
Vendo a cena mil vezes, até tento criar a hipótese de que a mandatária argentina percebeu a situação e, com a mão cerrada (gesto pouco típico do aperto de mão), preparou-se mesmo apenas para tocar o presidente dos Estados Unidos.
Deu dó. E ocorreu apenas dois dias depois da histórica surra que a Argentina de Maradona levou da Bolívia (1 a 6), placar que igualou a pior derrota da vida do selecionado argentino (os mesmos 1 a 6 para a Tchecoslováquia na Copa da Suécia-58).
Mas… e se a hipótese do “tapinha nas costas” estiver correta?