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Um movimento a favor do conteúdo original

Tem alguma coisa acontecendo.

A CNN recém anunciou que deixou o contrato com a agência de notícias Associated Press expirar. Antes, o Rue89 _site jornalístico colaborativo francês que acaba de lançar uma revista em papel_ já tinha aberto mão da France Presse.

A rede de TV pioneira no jornalismo a cabo tinha uma relação de 30 anos com a AP, uma cooperativa centenária bancada por grande parcela dos veículos americanos.

O Rue89 foi criado no dia da eleição Sarkozy x Ségolène (2007) por ex-jornalistas do Libération e desde então tem feito todo tipo de experimento, com excelente interação com seu público.

Para a velha mídia e para a nova mídia, abrir mão dos serviços de agências noticiosas presentes em todo o mundo significa clamar por conteúdo próprio e, portanto, exclusivo. Chega de pasteurização.

Rolling Stone guardou o furo para o papel _e foi furada por todo mundo

O furo da Rolling Stone com o tresloucado (e agora demitido) general McChrystal exibiu claramente mais uma faceta nefasta da proteção de conteúdo considerado “exclusivo do papel”.

Na terça passada, quando a revista foi às bancas, o único lugar do mundo em que não se podia ler a notícia era o site da Rolling Stone _evidente que todos os outros veículos fizeram corretamente a lição de casa e replicaram seu explosivo teor (detalhe para Time e Politico, antípodas cronológicos da mídia, mas que agiram da mesma forma e publicaram não apenas a notícia, mas o PDF do furaço da RS).

A situação gerou uma discussão sobre roubo de conteúdo na web que meu mestre António Granado analisa, como sempre, de forma sucinta e clara.

Guardar o melhor para o papel, enquanto toda sua concorrência repercute o que você escreveu, tem um só nome: burrice.

O teaser qualificado (ou seja, com vídeos, áudios e mais o que couber na web) é o elo.