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Um ano em dez posts. Feliz 2010!

É, 2009 acabou. No que diz respeito ao Webmanario, foi um ano intenso: mais uma vez, quem acompanhou as discussões sobre jornalismo por aqui encontrou pelo menos um texto novo todos os dias, o que desde sempre foi um propósito deste trabalho _afinal de contas, se está na web, atualize ou morra.

E quais foram as discussões mais apreciadas e que contaram com maior participação de vocês em 2009? Fiz a seleção abaixo com base em dados estatísticos de acesso ao site. Espero que aproveite nossa retrospectiva e que, em 2010, dê as caras por aqui colaborando com novos debates sobre essa profissão que passa por tantas transformações.

Feliz 2010!

1. Um trambolho chamado ‘máquina da UPI’ – Aqui eu contei os primórdios da transmissão de fotos com uma geringonça demorada e barulhenta. Provocou inesperado buzz na rede

2. O fim do diploma e o começo de outro jornalismo – Como não poderia deixar de ser, o debate que se seguiu ao fim da obrigatoridade da formação específica para se exercer a profissão

3.Phelps, maconha e o plantão de domingo – O supernadador foi flagrado em impedimento justamente no meu plantão (e contei como foi a decisão de publicar a notícia)

4. Cenas trágicas da última edição de um jornal – O triste fim do Rocky Mountain News, centenário jornal americano que desapareceu em 2009

5. A ética jornalística e as filhas góticas de Zapatero – Esse post é uma surpresa e foi bombado porque o assunto virou pop na Espanha (graças ao visual, digamos, demodê das filhas do premiê)

6. Esso rouba nome de jornalista para promover campanha jabazeira – Ocorreu com Juca Kfouri, mas poderia ter sido com você

7. O Google Wave e as mudanças no jornalismo – Uma das revoluções do ano e sua experiência prática na revista Época

8. A capa certa na banca de jornal errada – Mais uma vez, post inflado artificialmente. Agora, por fãs de MacIntosh embriagados pelo constrangimento que uma capa de revista submeteu os PCs

9. Aeroportos querem banir revista Caras da sala de embarque – Essa foi boa, e foi um furo: publicação estava dando facas e garfos de brinde (e aviões tiveram de voltar ao pátio por causa dessas ‘armas’)

10. A maior contribuição ao jornalismo visual completa 8 anos – O trabalho multimídia da MSNBC sobre o 11 de Setembro que viraria padrão na internet

Aeroportos querem banir revista Caras da sala de embarque

A coleção de artigos proibidos em voos ofertada por Caras a seus leitores

A coleção de artigos proibidos em voos ofertada por Caras a seus leitores

Censura? Não, o problema é o arsenal que você vê na imagem acima. Arsenal? É, do ponto de vista do código de segurança aeronáutico pós 11 de Setembro, utensílios domésticos como facas, garfos e tesouras não podem viajar com o passageiro na cabine do avião. Têm de ser despachados na bagagem. E a Caras, já há algumas semanas, tem oferecido este tipo de brinde a seus leitores.

O problema é que a maioria das salas de embarque dos aeroportos brasileiros _localizadas após a habitual revista no raio-x_ tem bancas de jornal. Daí, tornou-se frequente nos últimos dias a ocorrência, dentro das aeronaves, de portadores de armas capazes de facilitar um sequestro aéreo. Sim, é o brinde de Caras quebrando todas as regras de etiqueta no ar.

Anteontem, em Teresina, um avião da TAM prestes a decolar teve de voltar ao portão de embarque porque uma aeromoça percebeu que havia uma faca a bordo _inocente, o passageiro nem imaginava que tinha se transformado num risco para a sociedade apenas por ter comprado um exemplar da revista que esmiúça a vida de celebridades. O voo atrasou 40 minutos, até que a faca fosse levada por um funcionário da companhia aérea.

Alguns aeroportos, como o da capital piauiense, já recomendaram aos jornaleiros em áreas avançadas do terminal que não exponham a publicação _ou, se for o caso, dissociem a revista do faqueiro e expliquem aos clientes que ali dentro, antesala do ingresso num avião, é impossível contar com o cobiçado presente.

Oficialmente, a Infraero diz que não há uma resolução proibindo a venda da revista Caras nas salas de embarque. Fala-se muito nisso entre pilotos, tripulação e aeroportuários (já há até lenda dando conta da proibição, inexistente). Para a autarquia, segue valendo a norma da Anac que proíbe o acesso ao avião dos portadores deste tipo de utensílio. Como se fosse possível controlar seu porte a metros da poltrona da aeronave, sem revista acurada.

Enquanto isso, os aeroportos se mexem por conta própria para evitar novos problemas.

Interessante caso de um anabolizante (esses brindes que ajudam a vender publicações impressas) que mexe com toda a logística de distribuição de um produto. Ninguém tinha pensado nisso até a vida real dizer “presente” e escancarar um problemão.