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Quando uma foto mostra mais que mil vídeos

Agora sim surgiu uma reflexão bacana sobre a diferença entre vídeo e audioslides (produtos que priorizam fotos, de preferência acompanhadas de som ambiente): a diferença que um fotograma pode fazer.

O exemplo de Daniel Sato é excelente: um momento único do boxeador Muhammad Ali congelado em instantâneo, e o vídeo da mesma cena, que deixa o gesto quase imperceptível.

O Garapa, coletivo de fotógrafos preocupados em como continuar a passar a mensagem aproveitando o avanço tencológico, ofecere uma mistura de ambos, vídeos e slides animados. E o som ambiente, claro. Esse é indispensável.

É importante que, nessa era do vídeo (e viva a banda larga!), a foto não seja esquecida. Ela oferece excelentes oportunidades de conteúdo multimídia.

Retratos de 2009: celular impulsiona o jornalismo na África

Esta notícia confirma outra tendência de 2009: os dispositivos móveis se converteram na principal forma de acesso à internet (consequentemente, de envio de notícias) em países em desenvolvimento.

Jacinto Lajas discorre com propriedade sobre o que está acontecendo agora mesmo na África, continente em que acesso discado é realidade, e banda larga, um luxo.

O texto elenca alguns projetos colaborativos importantes que estão em curso, e incensa o Ushahidi _agregador de conteúdo cidadão com ênfase na mobilidade.

A rede celular, mais do que qualquer outra coisa, está incluindo as pessoas nas redes digitais. E acelerando processos de comunicação que, no jornalismo, são bem-vindos e determinantes para a democratização do exercício da função.

Sim, a culpa é toda da internet

Alan Mutter tem um contraponto muito bacana à tese de Jeff Sonderman, que sustenta que as notícias sempre foram de graça e, por isso, a culpa pela crise dos jornais não é da Internet e seu modelo de distribuição gratuita de informação.

Mutter, jornalista veterano e editor de um dos blogs mais relevantes sobre o futuro do jornalismo (Reflections of a Newsosaur), realizou um levantamento que liga, e diretamente, o uso da rede ao declínio da circulação dos produtos impressos.

Pelo seu estudo, países em que a adesão à banda larga residencial supera 20% da população assistem, simultaneamente, à queda de tiragem e faturamento publicitário de seus veículos de papel. Quando o número chega a 30%, o sinal vermelho se acende e a redução passa a ser brutal.

Nos Estados Unidos, ressalta Mutter, o forte movimento para baixo das circulações começou a ser notado em 2003, quando o acesso à banda larga nas casas americanas já era de 23%, e se intensificou a partir do ano seguinte, quando bateu em 31%.

Hoje, 60% dos americanos (eu atualizei o dado do texto original de Mutter, escrito em maio de 2008) possuem uma conexão rápida em seu domicílio. E os jornais, que alcançavam um terço dos habitantes dos EUA em 1946, agora têm um share de apenas 18%.

Mutter não se restringiu aos Estados Unidos: segundo ele, a tendência do “de 20% para cima em banda larga residencial, menos jornais na rua” se repete em países como Alemanha, Canadá, Holanda e Reino Unido.

Preço alto e limitação de acesso à internet em países pobres ou em desenvolvimento explicam, de acordo com ele, porque o negócio jornal ainda está no azul em lugares distintos como Brasil, China e Índia _além da franca expansão econômica, que tirou cidadãos da linha de pobreza e deu às suas economias uma nova classe de consumidores.

É questão de tempo, diz Mutter.

No Brasil, falta pouco para testarmos a regra dos 30% (porcentagem em que a coisa, de fato, fica feia para os impressos): hoje, 16% dos brasileiros possuem banda larga em casa. Até o final de 2009 eles deverão ser 20%. Estima-se que alcançaremos a “linha de Mutter” em 2011.

Está chegando a hora.