Colunista da Folha de S.Paulo, Janio de Freitas trouxe há alguns dias um tema (para mim) inédito: o Jornal do Brasil, que ele ajudou a revolucionar anos antes, teria se beneficiado – e muito – do período conhecido como ditadura militar, entre 1964 e 1985.
“Durante os 21 anos sem nem sequer os seus mínimos componentes da democracia, a imprensa brasileira (vamos englobar assim jornais, TV, revistas e rádio) teve lucros e outros enriquecimentos maiores, muito maiores, do que em qualquer fase anterior na sua história”, começa o jornalista.
Mais: “Mais importante jornal em todos aqueles anos, o “Jornal do Brasil”, como principal órgão criador de opinião pró iniciativas do regime (“milagre brasileiro”, “Brasil grande”, a designação de “terroristas” para os oposicionistas, nem todos armados, e muito mais) proporcionou o exemplo definitivo da ligação ideológica-econômica dos meios de comunicação com a antidemocracia.”
Estranho em se tratando do veículo que tratou o AI-5 com chacota jamais vista e que, anos depois, ameaçaria a censura com a primeira página sem manchete dando conta da queda de Allende no Chile.
Para a academia se debruçar.