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Laranjas podres, fora

Um movimento interessante está acontecendo em grandes corporações de entretenimento/jornalismo: elas estão separando sua parte menos rentável (adivinhe qual?) para agradar aos investidores, que gostam de foco e, principalmente, entender o negócio onde põem dinheiro.

A Newscorp, de Rupert Murdoch, está em vias de fazê-lo – seguindo o exemplo da Time.

Reinações de Garotinho

O deputado federal Anthony Garotinho, líder do PR na Câmara e ex-ficha-suja (segundo o TSE, que reformou decisão de instância inferior), tem dedicado em seu mandato especial atenção à mídia.

Nesta semana, apresentou projeto de lei que desobriga empresas estatais a publicar balanços, editais e fatos relevantes (jargões do economês) em jornais de grande circulação.

Se aprovado, o PL representará um duro golpe nas já combalidas finanças do jornalismo impresso. Estima-se que um único balanço (e são ao menos cinco anuais, fora as outras modalidades de comunicados públicos) possa custar até R$ 800 mil num jornal como o Valor, que reúne a maior parte desse tipo de anúncio legal e é uma propriedade compartilhada por dois dos maiores grupos de mídia do país (Folha e Globo).

Em outra frente, Garotinho capitaneia proposição para estabelecer o rito sumário de direito de resposta. “Desde muito tempo sou vítima de mentiras e difamações expostas por alguns meios de comunicação que me perseguem”, afirma.

É bem verdade que a internet e sua capacidade de armazenamento e organização de banco de dados parece ser, hoje, a plataforma mais adequada para se exibir informação cuja motivação básica é a transparência.

No caso do direito de resposta, há a falsa percepção de que existe um vácuo jurídico desde que o STF considerou a Lei de Imprensa inconstitucional, em 2009. Não é verdade: nossa Constituição trata de forma límpida sobre o tema.

 

A vida começa aos US$ 38,23

Depois do buzz, as ações do Facebook – partindo de US$ 38,23 – voltam a ser negociadas no mercado nesta segunda. Vida que segue.

Seu criador, Mark Zuckerberg, levou tão a sério a abertura de capital de sua criatura que se casou – afinal de contas, agora é um homem sério.

A empresa de US$ 105 bilhões tem novos parceiros, os acionistas. E terá de deixar de ser uma caixa-preta – condição, aliás, indispensável para quem capitaliza ações nos Estados Unidos.

Não compartilho o gostinho de fracasso que IPO do maior site de rede social deixou na sexta-feira. Pelo contrário, preocupava-me muito mais o valor estabelecido como preço inicial da ação (aliás onerado em US$ 3, subindo a US$ 38, quase na véspera do começo dos negócios).

A sombra da bolha existe, mas foi o próprio mercado quem tratou de dar uma pitada de realidade à coisa toda: diante de um papel supervalorizado, nada como uma ducha de água fria.

Veremos, de hoje em diante, qual é exatamente a estratégia.

ATUALIZAÇÃO: O texto acima foi publicado por volta de 1h da madrugada desta segunda. Acompanhe em tempo real a negociação das ações do Facebook – que chegaram a cair 15%.