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Em grandes furos de reportagem, a sorte é preponderante

Um furo de reportagem não depende só de competência e experiência. A sorte é um fator preponderante, ainda mais hoje, em que há excesso de informação circulando (e gente correndo atrás dela).

Não era assim, claro, no dia 8 de dezembro de 1980, quando o ex-Beatle John Lennon foi baleado diante de seu prédio, o célebre Dakota, em Nova York.

Levado ao pronto-socorro do hospital Roosevelt, Lennon não resistiu aos ferimentos. No mesmo local estava Alan Weiss, que era produtor da rede ABC e tinha acabado de sofrer um acidente com a moto pela qual se deslocava em NY em busca de notícias. Achou A notícia.

O áudio original da ligação de Weiss para a ABC é perturbador. O trecho traz ainda o anúncio oficial da morte, dado por um locutor durante o tradicionalíssimo Monday Night Football.

Sem rumo, jornais dão de graça o que poderiam cobrar

Olha só como os jornais singram sem rumo: o ABC, um dos maiores periódicos da Espanha, acaba de colocar no ar uma hemeroteca digitalizada com todas as edições de seus 118 anos.

É o típico produto que pode ser cobrado na web, um plus que os usuários interessados pagam felizes da vida.

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Recomenda-se apenas uma edição temática para reunir, num mesmo pacote, matérias relacionadas (exemplo: a cobertura da Guerra Civil Espanhola, ou 100 textos de um determinado articulista notório etc).

Mas não: o trabalho brutal de digitalizar tudo, algo inimitável e que pertence apenas ao ABC, está aí, disponível de graça. Enquanto isso, o jornal quer cobrar por hard news, que todo mundo tem.

Vai entender.

TMZ, mais um pouco sobre o veículo que deu o furo do ano

A edição dominical do jornal espanhol ABC traz uma materinha interessante sobre o TMZ, site especializado na cobertura de celebridades “guindado a uma espécie de The New York Times” depois que deu o furo do ano: a morte de Michael Jackson.

No texto, o correspondente Pedro Rodríguez lembra que acompanhar a vida de famosos faz parte da própria história do jornalismo americano.

A questão com a TMZ, agora, é manter uma imagem mais jornalística do que a de caça-famosos que permeia seus quatro anos de vida.

Seu fundador, o advogado Harvey Levin, de 58 anos, diz que tudo é jornalismo.

Juntar as redações vale a pena?

Um trabalho de fôlego bastante elucidativo. É assim o “Documental Multimedia Redacciones Online“, que passeia por seis veículos de Argentina e Espanha (ABC, Clarín, Critica, Cronista, El Pais, El Mundo e Perfil) para relatar suas experiências de integração papel e on-line e convergência entre plataformas.

Nem é preciso dizer que, pela importância dos veículos visitados (Clarín e El Pais, por exemplo, são provavelmente os dois cases mais bem-sucedidos de fusão de conteúdos), o site é um achado.

Traz, em vídeos, entrevistas de jornalistas, histórico das experiências, fotos para exibir a logistica das redações…

Enfim, ajuda a elucidar um pouco essa dúvida que atormenta os jornais mundiais: afinal de contas, vale a pena juntar suas redações?

Via e-cuaderno.