Novas velhas mídias

Os protestos de rua no Brasil não são apenas contra a política. Todas as instituições estão no centro da fúria do cidadão que, agora percebeu, não é mais representado por elas. Isso inclui, é claro, a mídia. É também uma crise de credibilidade, não apenas de representação.

Mas ao mesmo tempo em que clamam pelo fim do jornalismo profissional graças à facilidade da circulação de informação dotada pela tecnologia, é na “velha mídia” que as pessoas vão beber sua indignação contra Felicianos e Calheiros da vida, como bem pontua Marcelo Coelho.

Há anos venho dizendo que uma parcela considerável (para não dizer a totalidade) da blogosfera, digamos, “informativa”, desapareceria no segundo seguinte ao apocalipse da imprensa formal.

Isso é extensivo, é claro, ao ambiente de redes sociais, onde a repercussão do noticiário é frequente – inclusive no modo filosofal com que as pessoas têm usado essas ferramentas, ou seja, meramente com o intuito de manifestar seu brilhante pensamento vivo, via de regra motivado por alguma notícia produzida por um profissional.

Onde quero chegar: não existe nova ou velha mídia. O que existe somos todos nós juntos, ajudando a construir uma narrativa, auxiliando-nos uns aos outros no processo de construção e análise do noticiário.

É isso o que verdadeiramente mudou – para muito melhor – com a tecnologia.

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