O furo de Argo

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Pelo menos um “outsider” sabia desde o início do drama de seis diplomatas americanos que, por estarem num prédio anexo ao da embaixada em Teerã, conseguiram escapar do cerco e invasão da representação por estudantes iranianos, em 4 de novembro de 1979, e se abrigar na casa do principal diplomata canadense no país.

A história, colateral ao dramático sítio e consequente sequestro e cárcere de 52 pessoas e 444 dias, é retratada no filme Argo, ganhador do Oscar 2013.

O jornalista Jean Pelletier, então correspondente do periódico La Presse em Washington, soube já no dia seguinte que o embaixador Ken Taylor havia abrigado os cidadãos dos EUA.

Teve de segurar a informação por quase três meses – o furaço só foi publicado em 29 de janeiro de 1980, um dia depois que os seis, camuflados como canadenses, chegaram em segurança em casa graças ao trabalho de dois agentes da CIA (sim, Tony Mendez/Benn Affleck não agiu sozinho e tinha um parceiro) e especialmente de Taylor, que se magoou ao ser mostrado no filme quase como um figurante.

O detalhe é que Pelletier, por motivos óbvios, tinha a informação básica, mas não a mais saborosa: o filme falso que permitiu a entrada dos agentes no Irã como supostos produtores cinematográficos. Essa história só acabou sendo contada muito tempo depois.

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