O “jornalismo formal” costuma apontar o dedo para as redes sociais como um exemplo de falta de acuração e cuidado com a informação. Claro, acuração e cuidado com a informação são apanágios do “jornalismo formal”.
Daí um rapaz de 24 anos que teve toda a família assassinada pelo irmão mais novo (também morto) é apresentado pela mídia tradicional como sendo o assassino.
Definitivamente estamos caminhando com muita pressa. Esse fetiche da velocidade foi extraordinariamente dissecado na tese de mestrado que Sylvia Moretzsohn defendeu na UFF em 2000.
“Antes de mais nada a informação deve ser rápida para ser considerada eficiente. A velocidade, portanto, parece ganhar vida própria, e passa a ser o valor fundamental a ser consumido”, escreve a pesquisadora.
E isso agora é pra todo o sempre. Um ônus que o jornalismo em tempo real impôs aos nosso tempo. E que vale inclusive para a rede social.
Outros pontos também me encomodam nessa cobertura jornalística, escrevi um artigo falando sobre isso. É muito triste.
http://pitangadigital.wordpress.com/2012/12/18/uma-catastrofe-duas-tragedias/