Como assim, vendemos papel?

A partir das 10h de amanhã, Victor Navasky faz palestra na ESPM (rua Joaquim Távora, 1.240, em São Paulo).

Ex-editor da combativa (e de oposição) revista The Nation, Navasky é assertivo ao garantir que o jornalismo na internet não pode substituir uma revista de opinião como a que a ajudou a notabilizar e qulificar nas três décadas em que trabalhou por lá.

“O papel da pequena publicação de opinião, numa sociedade democrática, é realizar o jornalismo interpretativo na extensão que for necessária, explorar ideias intensivamente, não nessas frases curtas. Estamos na era do Twitter e do jornalismo tecnologizado, e as pessoas dizem que a crítica da imprensa está on-line. Mas você a recebe em mensagens de 140 caracteres”, exagera o jornalista.

A web (ou os aplicativos, seus derivados) é apenas um suporte, que comporta do livro aos 140 caracteres. Ali fazemos o jornalismo que queremos fazer. Sem amarras. É isso que parece ainda não ter sido compreendido.

Por Navasky, é compreensível: à beira dos 80 anos, ele é de pelo menos duas gerações atrás e viu todo esse avanço tecnológico aparecer de repente – eu próprio, com metade da idade, passei parte da minha existência num mundo cuja única tela era da TV.

Admitir que o jornalista não vende papel é um passo para entender como nossa vida mudou.

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