“Não pode existir liberdade de imprensa onde reina o capital, onde reina o mercado, onde existe concentração do poder econômico e político”.
É verdade, mas quem disse isso tem pouco a acrescentar a este debate: é Rogélio Polanco, hoje embaixador de Cuba na Venezuela, deputado e diretor do jornal Juventud Rebelde quando deu o depoimento acima à cineasta argentina Carolina Silvestre, que em 2008 rodou o documentário não jornalístico “Hechos, no palabras“.
Digo não jornalístico porque estão ali todos os argumentos a favor do interessante e suis generis regime cubano – e nenhum contra.
Apesar disso, o filme é um bom pedaço da colcha de retalhos para tentar entender o que torna o país tão fascinante.
Basicamente a política de Cuba se mantém fiel ao programa socialista e etc, pórém, o socialismo é um programa coletivo, não de um país só. Não tem como sobreviver desta forma.
Cuba vai cair, e digo com pesar.
É exatamente isso: um programa coletivo sobrevive a uma sociedade individualista? Agora os cubanos querem fazer as próprias coisas, com a menor tutela estatal possível.
Sairá de cena uma Cuba e entrará outra. Ainda não sou capaz de dizer se melhor.
Não, não sobrevive. Mas a sociedade é individualista como reflexo do sistema econômico que a leva.
Ainda torna-se necessário lutar contra o problema que é sistêmico.