O ativismo bobagento da academia em relação à imprensa não tem fim: eis que repasso a última edição da revista da E-Compós (Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação) e encontro o trabalho “O Programa Bolsa Família na Revista Veja: assistencialismo governamental ou ressentimento midiático?”, de Jose Luiz Aidar Prado e Moassab Andréia.
O trabalho é sóbrio, diga-se, mas tenta conectar Veja a uma corrente de pensamento que, de alguma forma, estaria “desvirtuando” a análise sobre o principal programa de redistribuição de renda do governo federal.
A academia deveria parar de usar material jornalístico como parâmetro de conceituação. É um desconhecimento sobre o nosso trabalho: os veículos não têm essa importância toda e, mais, muitas vezes os conceitos vão e vêm, a depender do espaço editorial disponível.
A academia não é lugar de Fla-Flu, gente.
http://www.compos.org.br/seer/index.php/e-compos/article/view/531/492
Concordo com você. O trabalho jornalístico deve ser utilizado por pesquisadores para situar o leitor no contexto em que ele se encontra ou para ajudar a confrontar opiniões, mas raramente serve como base científica.
Caro, você disse melhor o que eu pretendia dizer. É exatamente isso. O jornalismo como base para metodologia científica é um desastre.
abs
Não acredito que alguém acredita que se pode acreditar sobre a possibilidade de se “pesquisar” algo jornalismo. Fico imaginando um projeto de pesquisa para doutorado! É muito euachismo para 200páginas. Me meti num projeto de dissertação sobre um jornalista, John Stuart Mill. Mas daí na filosofia! Minha sorte: ele foi mais filósofo do liberalismo que escriba das redações. Jornalismo acadêmico, infelizmente, consegue ser pior que aquilo que acontece na prática. Cada vez mais acho que é um círculo vicioso. Só explodindo e começando outra vez. Otimismo numa hora dessas é mau caratismo.
Quem conhece o jornalismo sabe que ele e errático.
A academia não tem que se meter com a imprensa, mas a imprensa pode palpitar na academia?
Não, a academia eh que não deve tratar o jornalismo com suposto rigor cientifico – e, pior, viés.
Se for só pra palpitar, deixa para o jornalismo…
E antes de mais nada que fique claro (se você não sabe) que estou nos dois ambientes.