Ser jornalista é diferente de estudar jornalismo. Vem antes, quase nasce com a gente.
A frase “pra você, de quem todo mundo ri quando diz que quer ser jornalista” é o ponto de partida de uma experiência interessante do coletivo espanhol 1001medios _encontrado, como sempre, pelo solerte Gerardo Albarrán e o seu Sala de Prensa.
Dez jornalistas relembram seu começo (conversas com os pais na hora de decidir a carreira, por exemplo) e falam sobre a paixão que move quem se dispõe a trabalhar nisso.
Aos 21 anos de profissão, não me arrependo de nada. Queria fazer isso desde muito novo (não desde sempre).
A verdade é que tive o que mereci.
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Obrigado por levantar a questão.
Fico, muitas vezes, achando que o reconhecimento – que , não nego, quero, sim ter pela realização de meu trabalho – é questão de ego, de um “ser menor”. Acredito que uma maneira de rever esse TESÃO INEXPLICÁVEL, é apostar e fazer de tudo para realizar um trabalho útil, relevante e essencialmente contraditório.
Um abraço de colega,
Klaus
É isso, Klaus. Quem está aqui é porque gosta, não há outro motivo.
abs
A primeira frase é extremamente coerente. Incrível como universitários saem das universidades achando que são jornalistas só pelo diploma. O pior é que muitos passam os quatro anos sendo carregados nas costas, sem adquirir o mínimo de conhecimento.
Para realmente desempenhar a função, é preciso muita prática e desenvolver um feeling que só aparece com os anos.
Abs!
Thiago, exato: fazer um curso de jornalismo não garante a ninguém virar um jornalista. Antes da prática até, eu diria, vem o desejo. E a paixão. Sem isso, esquece, não dá.
abs
Nessa volta às aulas aula passo pelos “bixos” do jornal, no caminho pro prédio do mestrado. É tão estranho. Não tem como imaginar alguém de 17 anos escolhendo ser jornalista diante da página do MEC, na hora marcar CINCO ALTERNATIVAS de curso para submeter sua nota do Enem. Aqui em Pelotas, o Enem representa 100% do processo de seleção. “Se não der medicina, vou pro jornal. Se não der engenharia, vou pro jornal. Se não der…” Sinceramente, não é de se estranhar um contingente cada vez menor de formados que vingam na profissão. Ainda acho que não escolhemos essa profissão. Ela escolhe a gente.
Tom Maciel, meu velho amigo: ou a gente ama isso aqui ou deixa pra lá. Sério que há em quem ponha jornalismo como segunda opção de medicina? Meu deus, isso explica muita coisa.
abs
Alec, não sei quando, em que época ou fase da vida, eu decidi ser jornalista. Ou melhor: ser repórter. Porque ser jornalista é muito amplo. Eu gosto de ser repórter. Só sei que foi a minha primeira – e única – decisão sobre profissão.
Mas ando meio decepcionada… Hoje, especialmente neste momento da minha vida profissional, sobre o qual às vezes conversamos, confesso que tenho dúvidas sobre se é isso que quero fazer pelos próximos anos. Fico pensando se toda redação é um moedor de gente, ou se há outras opções, outras possibilidades de se produzir reportagens de verdade nos dias atuais…
bj,
Carol, ser repórter não é exatamente ser jornalista. Nós, jornalistas, cuidamos de uma gama grande de probabilidades (e causas e efeitos) que extrapolam o trabalho da reportagem. Se há outras opções além do moedor de gente: sim, é claro! O que vale é a fé!!
bjs