Essa poderia valer como discussão da velocidade versus qualidade no jornalismo on-line, mas na verdade atinge o jornalismo como um todo: a percepção de que um currículo gigante foi instalado num prédio em Campinas e, dias depois, a descoberta de que se tratava de uma ação de marketing de uma instituição de ensino.
A questão central aqui era: o currículo levava a crer que se tratava realmente de uma pessoa interessada em expor suas habilidades para conseguir uma possível oportunidade de emprego. No currículo constavam endereço e telefone do “pretendente”.
Daí me pergunto se era mesmo necessário publicar algo que não é notícia (pelo menos, não hardnews) sem a necessária checagem dos elementos _que neste caso inclusive iriam enriquecer ainda mais a reportagem, porque se alguém está atrás de emprego, provavelmente não teria como bancar uma publicidade daquele porte.
Bem, não houve tempo para nada: a falsa notícia foi ao ar, o que dá um ar de superioridade ainda maior para aqueles que bolaram a estratégia publicitária. Com a colaboração, mais uma vez, do jornalismo.
E cá pra nós: nem vi quem publicou a falsa notícia, mas era MUITO óbvio que isso era ação de marketing, né? =O
Cara, lá em Sorocaba rolou a mesma história, mas os jornais ao menos tentaram ligar para o tal número, e logo de cara citaram que era possível que fosse marketing. (O Bom Dia, aliás, que está linkado aí, foi furado nessa pelo pobre e quase falido Diário de Sorocaba, dá pra ver a capa do dia 27 aqui: http://www.diariodesorocaba.com.br/site2010/edicao2.php?id=104)
Acho que a questão é: precisaria mesmo publicar sem ter conseguido falar com o “funcionário”, antes de cravar que era mesmo marketing?
Fernando, muito interessante o caso, obrigado por ter enviado.
abs
Aliás, a matéria do “Correio” é vergonhosa, né? “Misui não informou quanto gastou para colocar o outdoor”, como se tivessem falado com o cara! Deus do céu…