O manual de redação do Estadão para seus leitores-comentaristas

No instante em que o jornalismo on-line rediscute o que fazer com os comentários dos leitores (e há quem sugira simplesmente limar toda opinião que não seja identificada por nome completo e RG), reparo nas regras do Estadão on-line para admitir a participação dos leitores no noticiário.

Mais que regras rígidas, constituem verdadeiro seguro contra comentaristas aloprados que, por motivos óbvios, sejam moderados ou mesmo excluídos das instâncias de discussão num site _nessas ocasiões, os delinquentes da palavra costumam recorrer a bandeiras como ‘liberdade de expressão’ para denunciar o que consideram ‘censura’.

Com regras claras, essa bobagem não cola.

Os 20 Mandamentos do jornal para seus leitores-articulistas:

Será considerada infração, a publicação de conteúdo:

1. Ilegal

2. Abusivo

3. Ameaçador

4. Nocivo

5. Obsceno

6. Profano

7. Difamatório de qualquer pessoa ou instituição

8. Discriminatório de credo, raça, condição social ou orientação sexual

9. De Incitação a atos ilícitos

10. De Incitação à violência e/ou ao crime contra pessoas, instituições, países ou a patrimônio público e privado

11. Capaz de ferir a reputação de pessoas ou organizações

12. Que configure Plágio

13. Produzido por terceiros, sem a reprodução autorizada

14. Considerado Spam ou correntes de mensagens

15. Transmissão de ou que leve a locais com material de potencial destrutivo como vírus, worms, cavalos de tróia

16. Propaganda de produto ou serviço

17. Campanha política

18. Falso ou fraudulento

19. Violação do direito de propriedade de uma pessoa ou empresa

20. Que fingem ser de autoria de outra pessoa, famosa ou não

9 Respostas para “O manual de redação do Estadão para seus leitores-comentaristas

  1. Um jornaleco aqui do interior estava validando os comentários apenas dos leitores que deixassem seu CPF!!! O número não era publicado, mas, porra! eu posso comprar um carro com o CPF de alguém. Sorte que desistiram da ideia imbecil. Bem que grupos de jornais poderiam aprender com blogs. Se houvesse um tipo de OpenID pra veículos filiados a uma mesma associação, por exemplo. Sei lá. Um pouco é preguiça de pensar. Os caras têm uma entidade de classe em cada canto, mas só pensam em corporativismo. E usar a máquina pra elaborar ferramentas? Nada.

    • Everton,

      Ainda estamos refletindo sobre como lidar com os comentários. Certamente, não é pedindo CPF, mas de alguma forma precisamos ter controle sobre quem participa sobre o nosso conteúdo. Uma boa ideia, e que alguns jornais estão testando agora, é uma espécie de ‘selo de validade’, ou seja, a qualidade dos comentários é avaliada e chancelada pelos próprios leitores, que descartariam trolls e afins. É um passo, mas ainda a ver.

      abs

  2. Pingback: Dicas de 20.4.2010 a 24.4.2010 — QueroTerUmBlog.com!

    • Pedro,

      Completamente. E somos responsáveis pelo que se escreve na caixa de comentários tanto quanto o noticiário.

      abs

  3. Bacana a jogada do Estadão. É uma forma até de filtrar o relevante do não-relevante.

    Abraço.

  4. Pingback: Sobre o manual de redação de comentários do Estadão e os comentaristas mala

  5. Fico imaginando quem é que realmente gasta seu tempo lendo todo esse tipo de legalês, mesmo admitindo sua óbvia necessidade, não só no caso dos veículos de intenso tráfego (como é o caso do Estadão).

    Achei hilário o comentário que se referiu a suposta necessidade de informar o CPF para tecermos uma misera observação. Já não bastam iniciativas de controle da privacidade do cidadao, como a tal Nota Fiscal Paulista?? rs Lá no bar onde tomo minhas cervejas isso seria chamado de “idéia de jirico”, só pode ter nascido de alguma mente doentia com tendências orwellianas (no melhor estilo steampunk).

    Aliás, encontrei este seu post só hoje, ao me deparar com um comentário censurado numa matéria sobre a sucessão presidencial no referido jornal.

    Pelo lado bom, ao menos foi criado o cargo de um moderador, não é mesmo? Algum coitado terá que pagar as penas dessa vida (quiçá os karmas de vidas passadas) avaliando todo tipo de barbaridade de ordem lógica, ortográfica e gramátical.

    Pensando bem, nesses tempos de enxugamento da máquina jornalística, deve ser uma posição até que interessante, mas não a desejo nem pro meu pior inimigo… hahahaha

    • Marco, o lado mais desagradável da moderação é o tempo: muitas vezes, pela quantidade de comentários, acaba ficando impossível deixar tudo em ordem num timing que não prejudique o leitor. Ainda estamos tentando aprender a fazer isso com mais agilidade.

      abs

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