O slow journalism, movimento que recomenda menos velocidade (por mais qualidade) no consumo de informações, deve recrudescer em 2010. Ainda mais em ano de Copa do Mundo e eleição (no Brasil), quando as pessoas naturalmente passarão mais tempo na internet.
Mas há um problema grave com a mobilização pelo slow: ela omite que hoje, na era da publicação pessoal, emissor e consumidor de notícias são a mesma pessoa _o produser. A rigor, e sendo bem chato, seria o colapso do on-line.
E há quem não seja e consuma notícias exatamente como fazia em 1970: vendo TV, ouvindo rádio e lendo jornal.
Eu acho essa revolta contra o overload informativo uma grande bobagem. Assim como cada meio, cada pessoa tem seu timing.
Se eu quiser ter um site que não é acessado por ninguém, adoto o slow journalism _por sinal, as revistas semamais fazem isso desde sempre, sem provocar nenhum furor do gênero. Não há novidade nisso. E a vocação do meio revista. Ponto.
Compreenda: a web é O lugar para a atualização rápida. Se você a transforma numa coisa lerda, está dizendo às pessoas “compre o livro”.
Há outras plataformas para burilar a notícia, com a diferença de que elas são todas mais caras. É um argumento que joga a favor da apropriação da web para fins “reflexivos”.
Mas o único.