E na vida real, para que servem as redes sociais?

Até que ponto uma manifestação nascida na web, mais especificamente em redes sociais, tem o poder de alterar a vida real?

É uma questão crucial para gente, como eu, que aposta todas as fichas na capacidade da internet de interligar pessoas e provocar transformações de verdade.

Hoje incorporo, mais uma vez, Andrew Keen (claro, sempre ele) para lançar uma provocação sobre essa pretensão. Keen lembra da avalanche de protestos virtuais _notadamente via microblog e sites de relacionamento como o Facebook_ após a polêmica reeleição de Mahmoud Ahmadinejad para mais um mandato presidencial no Irã.

O que sobrou daquele barulho todo? “O patético simbolismo de avatares tingidos de verde no Twitter e um grupo de oposicionistas ocidentais que insiste em manter ‘Teerã’ como sua localização no perfil do site”, ataca.

Eu acrescento ainda a mobilização virtual por conta do golpe em Honduras. Enquanto no microblog as discussões pegam fogo claramente com a premissa de que se está denunciando a ilegalidade ao mundo, o movimento que apeou Manuel Zelaya do poder completa, em dias, dois meses. Impávido como Muhammad Ali.

Evidente que a pequena reflexão de Keen, como lhe é hábito, exclui do campo de visão o extraordinário incremento que as redes sociais, e a era da publicação pessoal, deram à difusão e a interpretação da informação. Sem contar que a web é, sob qualquer métrica, o meio de comunicação mais eficiente da história da humanidade para mobilizar e organizar pessoas.

Enquanto isso, nós aqui achando que colocar o #forasarney no Trending Topics do Twitter nos dará alguma reputação e notoriedade. E Sarney inaugurando site pago com dinheiro público para se defender.

Só a constatação, para diminuir um pouco nossa empolgação, de que não se pode chamar de revolucionário quem, efetivamente, ainda não fez uma revolução de carne e osso.

8 Respostas para “E na vida real, para que servem as redes sociais?

  1. Sobre as manifestações via web eu concordo com seus argumentos. Se na vida real não conseguimos uma mobilização efetiva e a partir dela garantirmos direitos básicos sociais, de nada valerá ser popular nas redes sociais. Seja em assunto ou individualmente.
    Para mim as redes sociais servem para conhecer e interligar pessoas com interesses comuns para discussão, aprimoramente e crescimento pessoal/profissional. É assim que vejo o uso das redes ao menos na minha atuação.
    Abraços!

    • É justamente por este aspecto (a capacidade de interligar e mobilizar pessoas) que a web deveria estar influenciando muito mais a vida real do que a gente, efetivamente, viu até agora, né?

      abs

  2. Piada também são os jornalões e portais darem espaço pra versão carne e osso mixuruquéssima do #forasarney “real”…

  3. Acho que talvez a gente ainda não tenha se dado conta de como usar as redes da melhor forma. Os novos sistemas chegam ao mercado numa velocidade absurda e, na maioria, das vezes não dá tempo de avaliar bem as possibilidades de uso antes de fazer uma conta. Todos nós ainda estamos engatinhando nessas questões. Tentando usar e avaliar ao mesmo tempo.

  4. Bom, concordo que temos que usar e avaliar ao mesmo tempo.
    O melhor seria escolher algum tipo de rede e usando a avaliar, partindo do princípio que não se deve manter apenas no virtual.
    Exemplo de conexão, foi eu encontrar o Alec numa enxurrada do Twitter, então vi proximidades de pesquisa e acredita numa interação que talvez futuramente ultrapasse a barreira do virtual.
    Abraços!

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