Gay Talese esteve na Flip e, aparentemente, provocou furor neste sábado num debate ao vivo. Bombou na web, e não é por menos: o cara tem história para contar.
Aliás, o jornalista Mauricio Stycer registrou essa faceta do repórter-escritor americano. “Mario Sergio Conti faz perguntas. Gay Talese conta historias, mas não responde nada. Cansativo”, “tuitou” ontem Stycer_quem fez o melhor resumo da participação de Talese na Flip, ao menos no Twitter.
Mais notícias sobre Gay Talese e a Flip
Mas antes ele tinha falado bobagem embarcando na carona da morte de Michael Jackson. Ruy Castro, sempre solerte, não deixou passar e opinou com propriedade na Folha de S.Paulo de ontem.
“Será que, antes do new journalism, toda a imprensa escrevia mal?”
O problema é que Talese disse que a imprensa matou MJ. E quando Talese diz, supõe-se uma ciranda de consulta ao entorno dos personagens de suas notícias.
“Talese terá ouvido isso de Michael, do psiquiatra, da enfermeira ou da babá do artista? Ou será uma suposição?”, arremata o brilhante Ruy.
Pois é, nem há nada a acrescentar.
Entre Gay Talese e Ruy Castro, fico com Gay Talese. E sobre o caso MJ, e não é preciso ter muito mais do que bom senso para entender o porquê das colocações de Talese. Se o Ruy Castro tivesse ao menos pesquisado no enorme emaranhado da cobertura americana sobre o caso de pedofilia de MJ em 2005, teria compreendido o ponto. Afinal, foi uma cobertura pouco informativa e altamente tendenciosa, moralista e sensacionalista –inclusive pelas grandes redes de TV e pelos jornalões –, num verdadeiro circo que acabou rotulando MJ como culpado antes que a justiça o fizesse. Mesmo que MJ saísse do tribunal como culpado, a atitude da imprensa seria reprovável. É a mesma patifaria leviana de sempre.
Renata,
a patifaria parece mesmo ser o veredito da imprensa que busca audiência. Quem não busca? Triste.