Essa é, disparado, a justificativa mais original que já li para a crise dos jornais impressos nos Estados Unidos. Para Paul Farhi (que é repórter do Washington Post), a culpa é da Associated Press, a boa e velha AP, mais antiga agência de notícias do mundo.
O raciocínio, exibido na American Journalism Review, é simples: ao vender seu serviço para portais on-line, a AP matou os impressos. O autor chega a perguntar “porque comprar uma cópia do New York Times se a versão da AP para assuntos nacionais e internacionais já foi distribuída em toda parte” _como se um jornal se resumisse a textos pasteurizados de agências.
A conclusão é que a AP deveria “ter ficado com a família” e se mantido fiel a jornais, tvs e rádios parceiros de longa data.
O texto é longo, mas tem o mérito de analisar o modelo de negócio dos portais e também das agências noticiosas, que hoje distribuem de graça seu conteúdo em sites próprios mas incrivelmente conseguem ser remuneradas pelos veículos que usam seu material.
É um caso raro e que merecerá a nossa atenção em breve.
Alec,
a maior parte do conteúdo dos jornais não são textos pasteurizados das agências? Você tem exemplos de quem não é?
Os jornais é que se acomodaram e ficaram nas mãos das agências.
Afinal, para que investir num correspondente ou numa sucursal, se dá para comprar informação dos outros?
Entramos na velha discussão sobre o papel dos impressos na era digital. Você tem acesso a alguma pesquisa que mostre o que os leitores esperam do jornal impresso hoje?
beijo,
Carol,
Sobre expectativas do leitor são sempre opiniões difusas (a verdade é que as pessoas têm dificuldade em entender, conceituar e avaliar o produto jornalístico).
Uma coisa que faltou dizer neste post da Ap: a agência foi fundada como um cooperativa de jornais, e mantida por eles durante décadas. Daí a reclamação da venda de seu conteúdo a portais on-line.
Claro que é muito mais barato ter agência do que correspodentes. Mas o mundo mudou (e o jornalismo tb): é impossível manter escritórios caríssimos em ene cidades do mundo. Impraticável, nunca mais vai existir isso. Notícia é mercadoria hoje.
bjs