O uso do conteúdo de agência de notícias sempre foi uma forma de jornais pequenos garantirem o fechamento de suas páginas, ainda que com material pasteurizado, não personalizado, produzido em série.
Há milhares de publicações no mundo que simplesmente não ficariam prontas diariamente não fossem os despachos de Associated Press, Reuters, France Presse e EFE, apenas para citar as quatro mais importantes.
Agora, estes mesmos jornais estão simplesmente cancelando seus contratos com as agências. É um novo sintoma da crise no jornalismo impresso nos Estados Unidos.
Foi o caso do gratuito Metro, que nos EUA publica edições em Nova York, Boston e Filadélfia e abriu mão do acordo com AP, que manda neste mercado no país. Na lógica da operação, o futuro da publicação está diretamente ligado a sua capacidade de produzir conteúdo original _ainda que a redação, minúscula (no ano passado, com queda de 30% no faturamento publicitário, 27 pessoas foram demitidas).
O Metro americano seguirá utilizando matérias de mais de 100 edições da empresa pelo mundo (inclusive o Brasil), além de conteúdo de Reuters e Bloomberg.
Alec,
você acha que as agências praticam um jornalismo mais “genuíno” do que os jornais que as utilizam?
Digo isso pelo fato delas pautarem os jornais diários. São elas quem alimentam o conteúdo mais generalizado do hard news.
O jornal apenas reproduz o que as agências checaram.
Carol,
Existe a amarra das agências. Elas estão lá, por toda parte, e normalmente praticando jornalismo de gabinete e ruim (e tb fazendo gilette press das notícias de veículos impressos). É um ciclo vicioso tenebroso. Hoje, com o compartilhamento da informação, elas ficaram totalmente obsoletas. Tanto que também oferecem seu conteúdo de graça na rede. Os jornais as assinam apenas para ter a quem culpar no caso de uma grande cagada.
bjs
Alec,
eu acho o fim da picada os veículos não assumirem a responsabilidade pelo que publicam.
Já recebeu emails alertando sobre algo qualquer, com o comentário do remetente: “não sei se é verdade, mas em todo caso estou repassando.”?
Se não tem certeza, por que repassar antes de checar?
Carol,
Na comunicação particular acho absolutamente válido (vale tudo, aliás). Na profissional, horreur.
bjs