
A coleção de artigos proibidos em voos ofertada por Caras a seus leitores
Censura? Não, o problema é o arsenal que você vê na imagem acima. Arsenal? É, do ponto de vista do código de segurança aeronáutico pós 11 de Setembro, utensílios domésticos como facas, garfos e tesouras não podem viajar com o passageiro na cabine do avião. Têm de ser despachados na bagagem. E a Caras, já há algumas semanas, tem oferecido este tipo de brinde a seus leitores.
O problema é que a maioria das salas de embarque dos aeroportos brasileiros _localizadas após a habitual revista no raio-x_ tem bancas de jornal. Daí, tornou-se frequente nos últimos dias a ocorrência, dentro das aeronaves, de portadores de armas capazes de facilitar um sequestro aéreo. Sim, é o brinde de Caras quebrando todas as regras de etiqueta no ar.
Anteontem, em Teresina, um avião da TAM prestes a decolar teve de voltar ao portão de embarque porque uma aeromoça percebeu que havia uma faca a bordo _inocente, o passageiro nem imaginava que tinha se transformado num risco para a sociedade apenas por ter comprado um exemplar da revista que esmiúça a vida de celebridades. O voo atrasou 40 minutos, até que a faca fosse levada por um funcionário da companhia aérea.
Alguns aeroportos, como o da capital piauiense, já recomendaram aos jornaleiros em áreas avançadas do terminal que não exponham a publicação _ou, se for o caso, dissociem a revista do faqueiro e expliquem aos clientes que ali dentro, antesala do ingresso num avião, é impossível contar com o cobiçado presente.
Oficialmente, a Infraero diz que não há uma resolução proibindo a venda da revista Caras nas salas de embarque. Fala-se muito nisso entre pilotos, tripulação e aeroportuários (já há até lenda dando conta da proibição, inexistente). Para a autarquia, segue valendo a norma da Anac que proíbe o acesso ao avião dos portadores deste tipo de utensílio. Como se fosse possível controlar seu porte a metros da poltrona da aeronave, sem revista acurada.
Enquanto isso, os aeroportos se mexem por conta própria para evitar novos problemas.
Interessante caso de um anabolizante (esses brindes que ajudam a vender publicações impressas) que mexe com toda a logística de distribuição de um produto. Ninguém tinha pensado nisso até a vida real dizer “presente” e escancarar um problemão.
O tema é ainda mais ridículo se pararmos para pensar que a própria refeição servida nos aviões, os talheres são de metal. Garfo e faca, ou seja, qual o sentido de proibir brindes da revista caras?
Márcio,
É verdade. Ainda que a única justificativa seja o fato de serem talheres controlados, ou seja, que a empresa aérea sabe que estão lá, não faz sentido do ponto de vista de segurança aérea.
abs
Sensacional. rs
A Caras já se manifestou?
Carol,
É tão inusitado que há pouco a dizer. Mas vamos aguardar.
bjs
sempre que viajei os talheres eram de plástico…
Estela,
Já vi os dois casos (plástico e metal), mas é provável que hoje em dia seja mais frequente a peça de plástico, pela paranoia toda com segurança.
abs
Onde que os talheres disponíveis a bordo são de metal? Gol e Tam é com talher de plástico (ao menos na econômica).
Mila,
Sim, há talheres de metal em áreas “nobres” do avião. E tb já vi na econômica, mas de fato faz muito tempo e pode ter sido antes de 11 de Setembro, quando não havia restrições desse tipo.
abs
Atualmente, já no check-in te perguntam se você leva algum instrumento cortante. Eu passei recentemente por uma situação semelhante em Cumbica. Já tinha feito o check-in e passei na Casa do Pão de Queijo para comprar um lanche. A atendente me deu de brinde um copo da Coca-Cola, de vidro. Coloquei-o na bagagem de mão mesmo, mas cheio de cagaço achando que iam me barrar, fazer um interrogatório, etc. Passei no Raio-X e não falaram absolutamente nada. Fiquei aliviado, mas ao mesmo tempo com a sensação de que a segurança nos aeroportos brasileiros é fragilissima.
Antigamente, me lembro que a Varig tinha os talheres de metal. E o “lanchinho” era bem caprichado!
é a seleção natural!!!
Já ví talheres de Metal na TAM (classe econômica) e na maioria das empresas estrangeiras como Luftansa e Air France, bem depois do 11 de setembro. Ainda não ví na Gol e nem na Azul. Mas talheres de metal existem sim, mesmo hoje e mesmo na econômica.
Em voos domésticos, não há necessidade alguma de talheres, tendo em vista o tipo de “comida” servida a bordo.
Em voos internacionais, não tenho certeza, mas acredito que há, sim, uma proibição do uso de talheres de metal. Mas pensa bem: um copo de vidro, quando quebrado, se transforma em arma, não?
Queria meter minha colher nesse angu, mas o talher é proibido!
Oi Alec, mandei um email para vc. Foi no email Yahoo. Se puderes responder, fico grato
obrigado
Victor,
Não chegou. Talvez vc tenha usado “.br”, sendo que é apenas “yahoo.com”.
abs
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