Perguntinhas básicas e respostas idem de uma minipesquisa que acabo de participar, solicitado por uma universidade de São Paulo. Para diálogo e reflexão.
O que é ser jornalista hoje?
Ser jornalista hoje é participar de uma conversação com o público, antigamente apenas leitor, agora coparticipante efetivo de práticas antes restritas apenas ao jornalista profissional, como a apuração/difusão de notícias. É estar preparado para um contato direto e imediato com o receptor de seu trabalho, disposto a receber reparos, correções e, especialmente, sugestões de boas pautas e de assuntos que palpitam nas conversações mediadas por computador. É monitorar a rede em busca de boas histórias e de assuntos que possam complementar as características básicas da profissão, que não se perderam, como o fator observação, o contar boas historias.
Qual é a função do jornalista?
Diante do caos informativo e do excesso de opções, é filtrar, editar e hierarquizar o noticiário, apresentando ao público uma sequência lógica dos acontecimentos. É, também, priorizar a análise e a contextualização dos fatos (isso inclui pensar o jornalismo como um conjunto de processos que hoje englobam vídeos, áudios, artes em flash, galerias de fotos etc).
Qual é a missão do jornalista?
Dialogar com seu público. Estabelecer comunidades virtuais em torno de temas de seu interesse, usar todas as ferramentas interativas disponíveis são um bom caminho para obter sucesso nesta conversação.
Qual perfil deve ter um jornalista?
Uma pessoa multitarefa, presente em todas as instâncias da Web, com noções claras sobre as potencialidades da Internet e de que forma elas podem complementar o seu trabalho no dia-a-dia.
Ainda bem que o entrevistador avisou que era “hoje”, pensei que ele perguntava sobre o tempo de Gutenberg… ufá… como é bom ter pessoas pensando nos leitores.
Everton,
Hahahahah, vou editar para não comprometer o entrevistador.
Se bem que eu poderia falar sobre esse treco praticamente desde essa era mesmo. Infelizmente, o jornal em papel é a mídia mais paquidérmica e a que menos evoluiu em toda a história da mídia. Ou será que alguém me explica por que, mesmo com tanto avanço tecnológico que encurtou o tempo para envio de texto/foto, o deadline segue praticamente inamovível?
abs
Bastante interessante Alec, vai de encontro com as idéias respondidas por outros jornalitas em meu documentário.
Quanto a sua questão, o deadline continua inamovível devido o controle, tanto técnico – um horário exato para entrega – como para impor medo ao jornalista, “olha entrega até tal hora ou não vai” ou mesmo “entrega até hora ou vai para o online e não vai pro boneco”.
Henrique,
Pior, na maioria das vezes não vai para o on-line pq os jornais ainda exercem forte controle sobre o conteúdo da versão em papel (a chamada barreira do conteúdo pago), que é um desconhecimento das potencialidades da rede e um erro do ponto estratético.
abs
Alec, como é que vc tem paciência de responder a perguntas tão vagas? Dá até urticária!
Ana,
Puxa, segunda pessoa que critica meu entrevistador!!! Dica: ele é acadêmico e nunca trabalhou numa Redação. Dá para entender?
bjs
Muito bem, Alec, compartilho da sua visão, extremamente bem escrita e esclarecedora. Porém, é uma pena que tantas empresas e chefões da mídia ainda não. Um abraço!
Bárbara,
é uma visão bem pessoal e que envolve uma série de mudanças na própria cultura do jornalista e na cultura empresarial da indústria jornalística. Mas chegaremos lá, aposto.
abs
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