Nascido no Twitter, o site de microblog com mais usuários no mundo, o Breaking News On é ao mesmo tempo uma grande experiência de jornalismo financiado e a demonstração de que é possível criar produtos produtos jornalísticos originais mesmo dentro da severa forma de 140 caracteres que a plataforma obriga.
O serviço, fundado em maio de 2007 e que possui hoje mais de 22 mil “assinantes”, é mantido por seu próprio público, por meio de doações. Mas agora quer alçar voo na Web com o lançamento de um site que mantenha a vocação que o tornou famoso _distribuir notícias o quanto antes.
O sucesso do BNO consiste em monitorar, 24 horas por dia e sete dias por semana, listas de notícias de agências, jornais e blogs. Mais: perscrutar, por meio de buscas com palavras-chave específicas, o que as pessoas estão falando em sites de postagem instantânea como, justamente, o Twitter, ou em redes sociais.
Foi assim que o canal “furou” o corpo de bombeiros de Nova York ao checar um choque entre dois ônibus no Bronx e, durante a ligação (na qual o atendente dizia desconhecer qualquer colisão), escutar sirenes e um aviso que naquele momento tinham acabado de receber um chamado sobre a batida.
O uso das postagens públicas é um ingrediente importante do BNO (foi assim também nos atentados terroristas de Mumbai). Ir ao encontro do jornalismo cidadão, esse fenômeno ainda não compreendido pelas grandes redações, não é exatamente norma hoje em dia. Mas o serviço mostrou que, em boa medida, essa colaboração pro-am está no cerne de um presente/futuro crível e auspicioso para o jornalismo e seus antigos usuários, agora coparticipantes.
O avanço do BNO ao negócio site expõe outro aspecto inegável do microblog: sua incapacidade atual de monetização. É pensando nisso, também, que a empresa (de origem holandesa e que conta com alguns editores/selecionadores espalhados por EUA e Europa, além de turbinados feeds, claro) dá o passo adiante.
Promete, porém, continuar fiel ao público que a notabilizou e, em muitos casos, bancou sua existência até agora. Como? Permanecendo prestando serviço gratuito no Twitter.
ATUALIZAÇÃO: Michael van Poppel, criador do BNO News, se comunica comigo por e-mail solicitando uma correção: seu serviço noticioso no Twitter não utiliza atualizações dos usuários, a não ser que seja contatado diretamente e, mesmo assim, apenas depois de checada a informação.