Um jornalista tem emoções e preferências, mas revelá-las em público (ou seja, no exercício da função) é catastrófico nos quesitos ético e comportamental.
É bastante comum (além de péssimo e não-recomendável), nas coberturas de esporte, treinadores e jogadores vitoriosos serem aplaudidos em entrevistas coletivas.
Repórteres de cultura também costumam dar uma de tietes quando estão diante de astros e estrelas _e daí, tome mais aplausos.
Até em política há personagens que são recebidos com felicitações por profissionais que têm a obrigação de manter postura neutra diante dos acontecimentos (um exemplo é o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, que tem uma geração de fãs hoje de bloquinho e caneta nas mãos).
Mas nada como o ocorreu neste domingo, quando um jornalista iraquiano arremessou seus sapatos contra George W. Bush durante uma visita-surpresa do norte-americano a Bagdá. “Este é o beijo do adeus, cão”, disse o repórter, retirado da sala de entrevistas.
E, espero, da profissão.
Enfim, um jornalista passional… Terminamos este ano com uma sapatada. Sensacional!
Dine,
Ficou, para algumas pessoas, a sensação de que eu não gostei da sapatada. Eu gostei, eu adoro ousadias. Apenas critiquei que um colega use a legitimação que a profissão lhe confere (e a permissão para estar num ambiente reservado a profissionais) para um demonstração clara de que não tem condições de trabalhar nisso.
bjs