Nas palavras de cartinha mandada circular pela Fenaj (Federação Nacional dos Jornalistas) para pressionar os ministros do STF que votarão, em breve, sobre a necessidade do diploma em jornalismo para o exercício da profissão, eu não tenho compromisso com a construção de um jornalismo responsável e realmente cumpridor de sua função social.
Ok, entendo a posição desesperada da incompetente entidade de classe que, uma vez mais, está em vias de deixar escapar por entre os dedos aquilo que considera “conquista” da profissão. Agora, não posso deixar de, ao observar a relação de seus diretores, identificar ali um bando de barnabés que, mamando nas tetas públicas, não tem a integridade necessária para discorrer sobre compromisso com a profissão.
Olha só, para deixar bem claro: sou jornalista profissional diplomado, sim. A minha questão contra a obrigatoriedade surge, num primeiro momento, do inevitável avanço das pessoas “comuns” graças às novas tecnologias.
Hoje somos (todos nós) dotados de instrumentos que antes eram privilégio da mídia. As pessoas vêem as coisas acontecerem diante delas, fazem fotos e vídeos, levam relatos ao ar. Isso é jornalismo, gente, quer queira a Fenaj ou não.
Minha segunda questão contra a obrigatoriedade é a balela de que o diploma é “uma das garantias que conferem à mídia brasileira qualidade e compromisso com a informação livre e plural.”
Mentira, não é verdade! Temos analfabetos funcionais diplomados trabalhando em redações, gente despreparada e deslumbrada, caras cheios de rabo preso, interesses e a soldo de poderosos. Ética e caráter não estão embutidos num canudo, pode ter certeza.
Para encerrar, seção-comédia: a tal cartinha que a Fenaj, via fóruns e spam, está distribuindo na rede…
À Sua Excelência Sr(a)
Ministro(a) do STF
A exigência do diploma de Curso Superior em Jornalismo para o exercício independente e ético da profissão de jornalista é uma conquista histórica não só desta corporação, mas de toda a população brasileira.
A luta pela criação de Escolas de Jornalismo começou no início do século passado. O primeiro Curso foi implantado 40 anos atrás e a profissão, regulamentada há 70 anos, desde 1969 exige a formação superior na sua legislação. Este requisito representou um avanço para a imprensa do país ao democratizar o acesso à profissão, antes condicionado por relações pessoais e interesses outros que não o de atender o direito da sociedade de ser bem informada.
Setores sem compromisso com a construção de um jornalismo responsável e realmente cumpridor de sua função social vêm questionando este fundamental instrumento para a seriedade, democracia e liberdade na imprensa. Confio que o(a) Excelentíssimo Ministro(a) votará com este entendimento no (RE) 511961, em favor de uma categoria profissional com papel tão relevante e em defesa da sociedade brasileira.
O diploma em Jornalismo, bem ao contrário de ameaçar a liberdade de expressão, é uma das garantias que conferem à mídia brasileira qualidade e compromisso com a informação livre e plural.