Oficialmente, é um jornal, com editor, repórteres, colunistas _e, pasmem, leitores. Na verdade, não passa de uma anomalia. É o que me permite supor a história do “homem-sereio” que estaria aterrorizando Manaus.
Estou falando do tablóide popular “Maskate“, publicado em Manaus. O veículo sensacionalista, infelizmente, é adepto do lado mais deprimente dessa vertente: a mentira.
Histórias forjadas fazem parte da própria história do jornalismo. Ponto. Agora, hoje isso ainda cola? Ou é diversão pura (de quem faz, não de quem lê)? Num momento em que o papel é cada vez mais raro, ter um jornal para fabricar notícias parece surreal.
Ok, você vai me dizer que, na Inglaterra, os jornais que mais vendem são sensacionalistas. Pura verdade, mas com um porém: seu sucesso é baseado no flagra, na imagem de famosos cometendo pequenos, grandes ou nenhum deslize. É a força da imagem. Elas estão lá.
Como está, no Maskate, a “foto” do homem-sereio e uma fantasiosa versão para suas aparições.
Impossível não lembrar do “Notícias Populares” e sua incrível seqüência de “notícias” inventadas. A mais célebre, o bebê-diabo, que passeou pela primeira página do extinto rotativo por quase um mês seguido. Trinta dias de enganação e de pantomima.
Isso é jornalismo?